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Webb: veja o registro mais profundo do Universo há 4,6 bilhões de anos

Repro­dução: © Space Tele­scope Sci­ence Insti­tut

Nasa explica amanhã as primeiras imagens do supertelescópio


Pub­li­ca­do em 11/07/2022 — 21:30 Por Pedro Peduzzi, da Agên­cia Brasil, e Adrie­len Alves, da TV Brasil — Brasília

Ouça a matéria:

Um dia antes do tão aguarda­do anún­cio da Agên­cia Espa­cial Norte-Amer­i­cana (Nasa) sobre os reg­istros inédi­tos do superte­lescó­pio James Webb, um comu­ni­ca­do dire­to da Casa Bran­ca, em Wash­ing­ton, deixou mil­hares de pes­soas conec­tadas em uma live na noite des­ta segun­da-feira (12),

“Este é um empol­gante novo capí­tu­lo da explo­ração do Uni­ver­so”, disse a vice-pres­i­dente dos Esta­dos Unidos, Kamala Har­ris, ao ini­ciar um breve dis­cur­so.

Ela foi segui­da de ”Este é um dia históri­co”, emi­ti­do pelo pres­i­dente Joe Biden, ao mostrar a primeira imagem col­ori­da do momen­to mais pro­fun­do do Uni­ver­so: um aglom­er­a­do de galáx­i­as con­heci­do como SMACS 0723, há 4,6 bil­hões de anos .

Acom­pan­hados tam­bém do gestor da Nasa, Bill Nel­son, as autori­dades destacaram a coop­er­ação inter­na­cional com as agên­cias espa­ci­ais europeia e canan­dense e a importân­cia de inves­ti­men­tos em ciên­cia. Emb­o­ra ante­ci­pa­do pela Casa Bran­ca, nes­ta terça-feira (12), a Nasa vai explicar em detal­h­es as primeiras ima­gens obti­das pelo Telescó­pio Espa­cial James Webb, que está local­iza­do no pon­to L2, a dis­tân­cia de 1,5 mil­hão de quilômet­ros da Ter­ra. De acor­do com a agên­cia, tais ima­gens rev­e­lam “visões sem prece­dentes”, ric­as em detal­h­es do Uni­ver­so.

A divul­gação das ima­gens será trans­mi­ti­da ao vivo, a par­tir das 11h30 (horário de Brasília), pela Nasa, bem como pelas redes soci­ais da agên­cia. As ima­gens serão tam­bém disponi­bi­lizadas no site da agên­cia.

O James Webb Space Tele­scope (JWST) é fru­to de uma parce­ria entre as agên­cias espa­ci­ais norte-amer­i­cana (Nasa) e europeia (ESA). Ele tem como prin­ci­pal car­ac­terís­ti­ca a cap­tação de radi­ação infraver­mel­ha.

A expec­ta­ti­va é que este obser­vatório per­mi­ta aos pesquisadores obser­var a for­mação das primeiras galáx­i­as e estre­las. Além de estu­dar a evolução das galáx­i­as, os pesquisadores poderão tam­bém obser­var a pro­dução de ele­men­tos pelas estre­las e os proces­sos de for­mação de estre­las e plan­e­tas.

Mistérios

A expec­ta­ti­va é de que, além de resolver mis­térios de nos­so sis­tema solar, ele olhe para mun­dos dis­tantes em torno de out­ras estre­las e inves­tigue as mis­te­riosas estru­turas e ori­gens do Uni­ver­so, con­tribuin­do para que o Ser Humano mel­hor enten­da tam­bém o seu próprio plan­e­ta.

De acor­do com a Nasa, a primeira leva de ima­gens, sele­cionadas por um comitê inter­na­cional, abrangem duas neb­u­losas (Cari­na e a do Anel Sul), um exo­plan­e­ta (Wasp-96 b); e dois aglom­er­a­dos de galáx­i­as (o Quin­te­to de Stephan e os aglom­er­a­dos Smacs 0723).

Conheça os primeiros corpos celestes observados pelo James Webb, descritos pela própria Nasa:

Neb­u­losa Cari­na:

É uma das maiores e mais bril­hantes neb­u­losas do céu, local­iza­da a aprox­i­mada­mente 7,6 mil anos-luz de dis­tân­cia na con­ste­lação sul de Cari­na. As neb­u­losas são berçários este­lares onde as estre­las se for­mam. A Neb­u­losa Cari­na é o lar de muitas estre­las mas­si­vas, várias vezes maiores que o Sol.

WASP-96 b:

Plan­e­ta gigante fora do nos­so sis­tema solar, com­pos­to prin­ci­pal­mente de gás. Local­iza­do a cer­ca de 1.150 anos-luz da Ter­ra, esse plan­e­ta orbi­ta sua estrela a cada 3,4 dias. Tem cer­ca de metade da mas­sa de Júpiter, e sua descober­ta foi anun­ci­a­da em 2014.

Neb­u­losa do Anel Sul:

Tam­bém con­heci­da como neb­u­losa “Eight-Burst”, é uma neb­u­losa plan­etária – uma nuvem de gás em expan­são, envol­ven­do uma estrela mori­bun­da. Tem quase meio ano-luz de diâmetro e está local­iza­do a aprox­i­mada­mente 2 mil anos-luz de dis­tân­cia da Ter­ra.

Quin­te­to de Stephan:

Está local­iza­do a cer­ca de 290 mil­hões de anos-luz de dis­tân­cia da Ter­ra, na con­ste­lação de Péga­so. Foi o primeiro grupo com­pacto de galáx­i­as descober­to em 1877. Qua­tro das cin­co galáx­i­as den­tro do quin­te­to estão pre­sas em uma dança cós­mi­ca de repeti­dos encon­tros ime­di­atos.

SMACS 0723:

Aglom­er­a­dos maciços de galáx­i­as, em primeiro plano, que ampli­am e dis­torcem a luz dos obje­tos atrás deles, per­mitin­do uma visão de cam­po pro­fun­do em pop­u­lações de galáx­i­as extrema­mente dis­tantes e intrin­se­ca­mente fra­cas.

James Webb

A Nasa expli­ca que, para realizar os estu­dos pre­tendi­dos, com “uma sen­si­bil­i­dade sem prece­dentes”, o obser­vatório dev­erá ser man­ti­do frio, livre das grandes fontes de inter­fer­ên­cia de infraver­mel­ho cau­sadas por cor­pos celestes como o Sol, a Ter­ra e a Lua.

Para blo­quear as fontes de irra­di­ação de infraver­mel­ho, o James Webb terá con­si­go um “grande escu­do solar dobráv­el met­al­iza­do”, a ser aber­to no espaço. Seu espel­ho tem cer­ca de 6,5 met­ros de diâmetro.

Para faz­er a obser­vação das áreas mais dis­tantes, o James Webb terá, em seus módu­los, equipa­men­tos sen­síveis à radi­ação infraver­mel­ha: câmera, espec­tró­grafo e out­ros instru­men­tos para anal­is­ar o infraver­mel­ho emi­ti­do pelas fontes miradas por ele. Terá tam­bém um módu­lo respon­sáv­el pelo trans­porte de dados cole­ta­dos, além do telescó­pio óti­co.

Homenagem

O nome escol­hi­do para o novo telescó­pio espa­cial é uma hom­e­nagem a um anti­go admin­istrador da Nasa. James Edwin Webb. Foi ele que lid­er­ou o pro­gra­ma Apol­lo, além de uma série de out­ras impor­tantes mis­sões espa­ci­ais.

Edição: Aline Leal

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