...
domingo ,9 fevereiro 2025
Home / Esportes / Wrestling: Aline Silva é primeira mulher na diretoria de confederação

Wrestling: Aline Silva é primeira mulher na diretoria de confederação

aline_silva_wresling_panamericano_lima_2019_3

Objetivo da medalhista mundial é descentralizar o esporte pelo país


Pub­li­ca­do em 07/01/2021 — 15:55 Por Juliano Jus­to — Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional — São Paulo

O final da tem­po­ra­da de 2020 foi históri­co para o wrestling brasileiro. A cha­pa Keep Wrestling foi elei­ta para coman­dar a Con­fed­er­ação Brasileira da modal­i­dade (CBW) pelos próx­i­mos qua­tro anos. Além de Walde­ci Sil­va e do ex-atle­ta Flavio Cabral Neves, a direção será com­pos­ta pela luta­do­ra Aline Sil­va. Ela será a primeira mul­her a ocu­par um car­go na direção da CBW. “Rep­re­sen­ta cred­i­bil­i­dade antes de tudo. Muitas pes­soas me der­am os parabéns. Mas con­sidero que não é exata­mente uma con­quista. É muito mais uma situ­ação de con­fi­ança. Temos muito tra­bal­ho a ser feito e fico extrema­mente feliz por estar aqui para ten­tar aju­dar”, disse a recém-empos­sa­da vice-pres­i­dente.

Par­tic­i­param do pleito as fed­er­ações estad­u­ais e a comis­são de atle­tas, através de uma atu­al­iza­ção na Lei Pelé. “Os atle­tas só pas­saram a ter dire­ito a voto há três anos. Acho que essa que é a grande questão que deve ser comem­o­ra­da. O Comitê Olímpi­co do Brasil (COB) ini­ciou essa mudança que teve um terço de rep­re­sen­ta­tivi­dade dos atle­tas e condi­cio­nou a aprovação de diver­sas questões ao alin­hamen­to das con­fed­er­ações e o aces­so maior deles às decisões. Final­mente, os mais inter­es­sa­dos e aque­les que mais estão envolvi­dos no proces­so estão ten­do um poder maior de decisão”, disse.

aline_silva_wresling_panamericano_lima_2019_1

Aline Sil­va (Brasil), medal­ha de pra­ta na cat­e­go­ria até 76kg. Wrestling — Jogos Pan-Amer­i­canos Lima 2019. Local: Col­iseu Miguel Grau, em Callao, Lima (Peru). Data: 09.08.2019. — Abelar­do Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br (Repro­dução)

For­ma­da em 2000, a anti­ga Con­fed­er­ação de Lutas Asso­ci­adas foi coman­da­da por muitos anos por mem­bros da família Gama. O primeiro pres­i­dente foi Pedro Gama, com manda­to até 2004. Na sequên­cia, por 12 anos, a CBW foi coman­da­da por Pedro Gama Fil­ho, fil­ho do primeiro pres­i­dente. “É um proces­so. Tudo na vida pas­sa por fas­es. O nos­so esporte só chegou até aqui porque pas­sou por aque­le perío­do. Mas é nor­mal que, para con­quis­tar out­ros obje­tivos, seja necessário entrar em uma nova fase”. Aos 34 anos, Aline está longe de pen­sar na aposen­ta­do­ria como atle­ta. Mas, mes­mo assim, con­sider­ou que era o momen­to de par­tir para esse novo desafio. “Eu sem­pre fui de recla­mar bas­tante e ques­tionar os rumos da Con­fed­er­ação. Achei que nesse momen­to eu estaria sendo hipócri­ta se eu não aceitasse par­tic­i­par. Acabou acon­te­cen­do. Con­fes­so que não esta­va nos meus planos nesse momen­to. Mas não pode­ria me abster nes­sa hora na qual eu real­mente pos­so faz­er a difer­ença”.

O prin­ci­pal foco da nova direção é descen­tralizar o esporte. “Temos que pen­sar em mas­si­ficar. Sabe­mos que existe o CT da Seleção no Rio de Janeiro e o foco prin­ci­pal da Con­fed­er­ação vin­ha sendo cuidar do alto rendi­men­to. Mas o wrestling não é muito capi­lar­iza­do no Brasil. Então, pre­cisamos aju­dar as fed­er­ações nesse proces­so para que os atle­tas pos­sam chegar pron­tos na Con­fed­er­ação”, pro­je­ta. Em ter­mos de resul­ta­dos, ela colo­ca uma meta auda­ciosa para o tra­bal­ho na CBW. “Já se pas­saram quase sete anos daque­la min­ha medal­ha de pra­ta no Mundi­al do Uzbeq­ui­stão. E até hoje ela é inédi­ta no esporte brasileiro. Acho que pas­sou da hora de algu­ma out­ra atle­ta repe­tir ou até super­ar esse feito. Quero muito ajudá-las para que isso ocor­ra”.

Com três medal­has em Jogos Pan-Amer­i­canos, pra­ta no Mundi­al de 2014, ouro no Mundi­al Mil­i­tar do mes­mo ano, par­tic­i­pação desta­ca­da nos Jogos Olímpi­cos do Rio de Janeiro e a clas­si­fi­cação já garan­ti­da à Olimpía­da de Tóquio, além de várias out­ras con­quis­tas, ela se diz real­iza­da como atle­ta. “Eu gan­hei muito com o esporte. Não ten­ho mais como perder. Como pes­soa, estou total­mente real­iza­da e pronta para con­tin­uar tra­bal­han­do pelo wrestling, seja den­tro ou fora do tapete de luta. Hoje o esporte ampliou os meus lim­ites. Atual­mente me sin­to muito feliz e ten­ho con­sciên­cia de que pos­sa ir muito além de uma medal­ha olímpi­ca”.

Já clas­si­fi­ca­da para os Jogos Olímpi­cos de Tóquio, a luta­do­ra evi­ta faz­er planos sobre o torneio. “A pan­demia do novo coro­n­avírus (covid-19) trouxe uma total indefinição. Não faço ideia de como estão as min­has adver­sárias. Não faço ideia de como vamos voltar dessa para­da. Vai ser uma caix­in­ha de sur­pre­sas”, final­iza.

Edição: Gus­ta­vo Faria

Agên­cia Brasil / EBC


Você pode Gostar de:

Governo federal lança campanha Feminicídio Zero na Sapucaí

Ação conta com apoio da Liesa e Prefeitura do Rio de Janeiro Rafael Car­doso — …