...
sexta-feira ,31 outubro 2025
Home / Mulher / Endometriose: entenda o que é e qual o tratamento

Endometriose: entenda o que é e qual o tratamento

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Doença pode causar fortes dores e levar à infertilidade


Pub­li­ca­do em 12/07/2022 — 06:03 Por Cami­la Maciel — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

Ouça a matéria:

A endometriose, doença que acomete 6,5 mil­hões de mul­heres no Brasil, gan­hou reper­cussão nos últi­mos dias depois que a can­to­ra Anit­ta rev­el­ou ter rece­bido um diag­nós­ti­co e que pas­sará por cirur­gia. O dado sobre a ocor­rên­cia entre brasileiras faz parte de um lev­an­ta­men­to feito em 2020 pela Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro (Uerj). No mun­do, são 176 mil­hões de casos.

Ao se man­i­fes­tar em uma rede social, a artista disse quer­er que mais pes­soas falem sobre o tema e que mul­heres rece­bam o apoio necessário. “[Que] Mul­heres que pre­cisam da saúde públi­ca pos­sam ter mais recur­sos e mel­ho­rias de vida. E tam­bém para que as mul­heres que tra­bal­ham ten­ham dire­itos no sen­ti­do de não serem obri­gadas a tra­bal­har em condições de tremen­da dor sim­ples­mente pelo fato de que a doença não é enten­di­da”, escreveu.

O gine­col­o­gista e obste­tra Mario Mar­tinez, con­sel­heiro do Con­sel­ho Region­al de Med­i­c­i­na do Esta­do de São Paulo (Creme­sp), descreve a endometriose como o fenô­meno em que o teci­do inter­no do útero, chama­do endométrio, fica fora da cavi­dade ute­ri­na. O cresci­men­to desse teci­do pode atin­gir regiões como o “lig­a­men­to uterossacro, sep­to reto-vagi­nal, pode cam­in­har em direção ao intesti­no e, às vezes, tam­bém pegar a parte ante­ri­or do útero, atingin­do a bex­i­ga”.

Dores fortes em cóli­ca no perío­do men­stru­al (dis­menor­reia), até mes­mo com dores inca­pac­i­tantes, são alguns dos sin­tomas mais comuns. Tam­bém são comuns dores nas relações sex­u­ais (dis­pare­u­nia). “Pode levar ain­da a quadros de infer­til­i­dade fem­i­ni­na. A mul­her não con­segue engravi­dar porque, quan­do ela tem endometriose pro­fun­da no com­par­ti­men­to pos­te­ri­or do útero, leva a fatores peri­toneais que provo­cam uma fal­ha de implan­tação do embrião no endométrio”, acres­cen­ta Mar­tinez.

O médi­co defende que a doença seja sem­pre inves­ti­ga­da quan­do relatos como este chegarem aos con­sultórios. “Se não for, você vai tratar como cóli­ca men­stru­al, mas se ela rela­ta cóli­ca, na min­ha opinião, já merece uma inves­ti­gação. Se você não pen­sar em endometriose, você não faz diag­nós­ti­co, uma vez que o ultra­ssom comum não pega”, expli­ca. Segun­do Mar­tinez, isso ocorre porque a endometriose é uma lesão plana. Os exam­es para o diag­nós­ti­co são ultra­ssom trans­vagi­nal com preparo intesti­nal ou ressonân­cia mag­néti­ca.

Uma parte do trata­men­to envolve o blo­queio hor­mon­al dos ovários, fazen­do com que a mul­her pare de men­stru­ar. “Quan­do você tira o fator de pro­dução de hor­mônio da mul­her, que seria estrogênio, com med­icações anti-estrogêni­cas, você aca­ba fazen­do com que a endometriose dimin­ua e, às vezes, até suma, em algu­mas situ­ações”, apon­ta.

Se a doença estiv­er muito avança­da, o trata­men­to é ini­cial­mente cirúr­gi­co e depois hor­mon­al. “Você faz a cirur­gia de reti­ra­da dos teci­dos endometrióti­cos e depois pro­move um blo­queio para que não retorne. A doença pode se tornar crôni­ca, então se você não blo­queia ela pode voltar.”

“Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mul­heres. Tem vários efeitos colat­erais, em cada cor­po de um jeito. Podem se esten­der até a bex­i­ga e causar dores ter­ríveis ao uri­nar. Exis­tem vários trata­men­tos. O meu terá que ser cirur­gia”, acon­sel­hou Anit­ta no Twit­ter.

Edição: Aline Leal

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Anvisa proíbe duas substâncias utilizadas em unhas em gel

Elas podem causar câncer e problemas de fertilidade nos usuários Flávia Albu­querque — Repórter da …