...
quarta-feira ,10 setembro 2025
Home / Efemérides, Meios de comunicação / Escritor Luis Fernando Verissimo morre aos 88 anos

Escritor Luis Fernando Verissimo morre aos 88 anos

Ele estava internado em Porto Alegre, após uma grave pneumonia

Agên­cia Brasil*
Pub­li­ca­do em 30/08/2025 — 08:12
Brasília
Brasília (DF), 18/08/2025 - Escritor Luis Fernando Veríssimo. Foto: Unesp/Divulgação
Repro­dução: © Unesp/Divulgação

O escritor gaú­cho Luis Fer­nan­do Veris­si­mo, de 88 anos, mor­reu na madru­ga­da deste sába­do (30) após com­pli­cações cau­sadas por um caso grave de pneu­mo­nia. Ele esta­va inter­na­do des­de o dia 11 de agos­to em uma unidade de ter­apia inten­si­va (UTI)  do Hos­pi­tal Moin­hos de Ven­to, em Por­to Ale­gre.

Veris­si­mo deixa a esposa, Lúcia Hele­na Mas­sa, e três fil­hos: Pedro, Fer­nan­da e Mar­i­ana Veris­si­mo. Ele tin­ha mal de Parkin­son, prob­le­mas cardía­cos e sofreu um aci­dente vas­cu­lar cere­bral (AVC) em 2021. Um ano depois, rece­beu um mar­ca-pas­so no coração.

Fil­ho do escritor Éri­co Veris­si­mo, Luis Fer­nan­do pub­li­cou mais de 80 títu­los, entre eles As Men­ti­ras que os Home­ns Con­tamO Pop­u­lar: Crôni­cas ou Coisa Pare­ci­daA Grande Mul­her Nua e Ed Mort e Out­ras Histórias.

Foram as crôni­cas e os con­tos que o tornaram um dos escritores con­tem­porâ­neos mais pop­u­lares no país. O Anal­ista de Bagé, lança­do em 1981, teve a primeira edição esgo­ta­da em uma sem­ana.

O escritor con­stru­iu uma tra­jetória profis­sion­al rica, com atu­ação em difer­entes áreas e pro­dução em vários for­matos. Tra­bal­hou como car­tunista, tradu­tor, roteirista, pub­lic­itário, revi­sor, dra­matur­go e romancista. Sua obra é mar­ca­da pelo bom humor, assertivi­dade e críti­ca. Além das palavras, foi um amante da músi­ca, ded­i­ca­do à práti­ca do sax­o­fone.

Em entre­vista ao pro­gra­ma Sem Cen­sura, da TV Brasil, ele con­tou como ini­ciou “tarde” na car­reira de escritor, após começar a tra­bal­har na redação do jor­nal Zero Hora, na déca­da de 1960.

“Até os 30 anos eu não tin­ha a menor ideia de ser escritor, muito menos jor­nal­ista. Eu fiz de tudo, e nada deu cer­to. Aí quan­do eu come­cei a tra­bal­har em jor­nal — e naque­la época não pre­cisa­va de diplo­ma de jor­nal­ista — foi quan­do eu desco­bri a min­ha vocação. Sem­pre li muito, mas nun­ca tin­ha escrito nada. Então, eu sou um caso meio atípi­co”, disse.

Assista ao tre­cho da entre­vista no Sem Cen­sura

Com fama de ser um homem cal­a­do, Veris­si­mo cos­tu­ma­va diz­er que não era ele que fala­va pouco, “os out­ros é que falam muito”. Em 2017, quan­do tin­ha chega­do aos 80 anos, ele disse em entre­vista ao pro­grama Con­ver­sa com Rosean Kennedy, da TV Brasil, como gostaria de ser lem­bra­do.

 “Gostaria de ser lem­bra­do pelo o que eu fiz, pela min­ha obra, se é que pos­so chamar de obra, mas pelos meus livros. E, talvez, pelo solo de um sax­o­fone, um blues de sax­o­fone bem acaba­do”, con­tou.

Na mes­ma entre­vista ele disse que tin­ha uma fan­ta­sia de ser con­heci­do e viv­er ape­nas da músi­ca, que era sua paixão. E acon­sel­hou que a vida não deve ser lev­a­da tão a sério.

“No fim, pen­san­do bem, a vida é uma grande pia­da. Acon­tece tudo isso com a gente, e a gente morre…que pia­da, né? Que pia­da de mau gos­to. Mas acho que temos que encar­ar isso com uma cer­ta res­ig­nação, uma cer­ta bono­mia [bon­dade]”.

Assista a ínte­gra da entre­vista ao pro­gra­ma Con­ver­sa com Rosean Kennedy, da TV Brasil 

*colaborou Anna Kari­na de Car­val­ho

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Em voto, Fux diz que ação deveria ter tramitado na primeira instância

Segundo ele, nenhum dos réus tem foro por prerrogativa de função Felipe Pontes e Paula …