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Coluna — Brasil domina estreia paralímpica da Gymnasíade

Repro­dução: © ISF/Divulgação

Maior delegação paralímpica do evento volta da França com 39 medalhas 

Pub­li­ca­do em 01/06/2022 — 08:43 Por Lin­coln Chaves — Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional — São Paulo


A edição deste ano dos Jogos Mundi­ais Esco­lares, tam­bém con­heci­dos como Gym­nasíade, real­iza­dos no mês pas­sa­do, teve uma novi­dade. O even­to real­iza­do na região da Nor­man­dia (França) rece­beu, pela primeira vez, dis­putas para atle­tas com defi­ciên­cia. A equipe par­alímpi­ca brasileira obteve 39 medal­has e foi ao pódio nas três modal­i­dades (atletismo, natação e judô).

Maior del­e­gação parade­sporti­va do even­to, com 27 rep­re­sen­tantes (prati­ca­mente um terço do total), o Brasil fez jus ao favoritismo com 16 ouros, 15 pratas e oito bronzes. Não hou­ve um quadro de medal­has especí­fi­co. Se tivesse, os brasileiros ficari­am à frente no ger­al e por modal­i­dade. Vale lem­brar que o país teve a equipe mais numerosa da Gym­nasíade com 230 alunos-atle­tas ao todo.

“A par­tic­i­pação dos atle­tas par­alímpi­cos brasileiros na Gym­nasi­ade foi exce­lente. Para nós, foi extrema­mente impor­tante a inclusão de esportes par­alímpi­cos no even­to. Ten­ho certeza de que essa inte­gração foi uma exper­iên­cia úni­ca de apren­diza­do tan­to para os atle­tas olímpi­cos como os par­alímpi­cos”, declar­ou Jonas Freire, dire­tor de alto rendi­men­to do Comitê Par­alímpi­co Brasileiro (CPB), à Agên­cia Brasil.

A primeira vez do parade­sporto na Gym­nasíade reuniu 84 dos cer­ca de 3,4 mil atle­tas entre 16 e 18 anos que par­tic­i­param do even­to e envolveu oito das 63 nações rep­re­sen­tadas na Nor­man­dia. O Brasil teve mais com­peti­dores em uma úni­ca modal­i­dade (atletismo e natação, com 12 atle­tas cada) que a equipe par­alímpi­ca inteira da França (11), anfitriã dos Jogos. Além dos brasileiros, só os tur­cos mar­caram pre­sença nos três esportes.

Na natação e no atletismo as bate­rias tiver­am que ser mul­ti­class­es, com pódios definidos por meio de uma pon­tu­ação que lev­ou em con­ta o tem­po ou a mar­ca e o desem­pen­ho do atle­ta con­forme o grau de com­pro­me­ti­men­to. Ou seja: com­peti­dores com defi­ciên­cias físi­co-motoras, visuais e int­elec­tu­ais brigaram entre si pelas medal­has. No caso especí­fi­co do atletismo, a divisão se deu pelo tipo de dis­pu­ta: salto em dis­tân­cia, veloci­dade (cem e 400 met­ros) e meio-fun­do (1,5 mil e três mil met­ros). A pro­va em que o jovem obtivesse mais pon­tos vale­ria para a clas­si­fi­cação final.

Por exem­p­lo: o brasileiro José Alexan­dre Mar­tins da Cos­ta, da classe T47 (amputação em um dos mem­bros supe­ri­ores), rece­beu 1.167 pon­tos pelo desem­pen­ho nos cem met­ros e 1.144 nos 400 met­ros. A primeira pon­tu­ação, mais ele­va­da, valeu a medal­ha de ouro dos velocis­tas no mas­culi­no. O francês The­baut Evan, da T12 (baixa visão), por sua vez, obteve 861 pon­tos nos cem e 959 nos 400 met­ros. O segun­do resul­ta­do foi lev­a­do em con­ta — ele ficou na séti­ma posição.

O judô, por sua vez, teve ape­nas seis inscritos (três do Brasil) em cin­co pesos. Na práti­ca hou­ve uma úni­ca dis­pu­ta por medal­has, com vitória da espan­ho­la Maria Man­zanero sobre a brasileira Laris­sa Bar­ros de Oliveira, de 16 anos (dois a menos que a rival), na cat­e­go­ria até 57 qui­los. No últi­mo dia foi real­iza­da uma clíni­ca com a judo­ca france­sa Gevrise Emane, tri­cam­peã mundi­al e medal­hista de bronze na Olimpía­da de Lon­dres (Reino Unido), em 2012, na cat­e­go­ria 63 qui­los.

Ape­sar das adap­tações, o even­to serviu para que muitos dos jovens que dele par­tic­i­param com­petis­sem pela primeira vez longe de casa. Este foi o caso de Gabriel Guimarães, de 16 anos, apre­sen­ta­do ao esporte adap­ta­do na esco­la par­alímpi­ca do Comitê Par­alímpi­co Brasileiro (CPB) e atual­mente dono do sex­to mel­hor tem­po do país nos cem met­ros na classe T12. Na França ele ficou em ter­ceiro entre os velocis­tas, atrás de José Alexan­dre e do tam­bém brasileiro Lean­dro de Oliveira Viana, da cat­e­go­ria T20 (defi­ciên­cia int­elec­tu­al).

“A exper­iên­cia na Gym­nasíade foi muito incrív­el, difer­ente. Desco­bri novos país­es e cul­turas. Os resul­ta­dos foram con­tabi­liza­dos de for­ma difer­ente, fiquei com o bronze, mas com sabor de ouro para mim, por todo o tra­bal­ho feito e a ded­i­cação de todos, como meu guia, Célio Miguel, meus pais e família. [A Gym­nasíade] foi muito impor­tante para meu cresci­men­to como atle­ta”, resum­iu Gabriel à Agên­cia Brasil.

Edição: Fábio Lis­boa

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