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Mauricio de Sousa é homenageado na abertura da Mostra de Cinema de SP

Longa-metragem do cartunista chega aos cinemas no dia 23 deste mês

Elaine Patrí­cia Cruz — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 16/10/2025 — 07:27
São Paulo
São Paulo (SP), 15/10/2025 - Abertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema, na Sala São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Repro­dução: © Paulo Pinto/Agência Brasil

Per­to de com­ple­tar 90 anos, no próx­i­mo dia 27, o desen­hista, car­tunista e escritor brasileiro Mau­rí­cio de Sousa foi hom­e­nagea­do na noite dessa quar­ta-feira (15) com o troféu Leon Cakoff, da Mostra Inter­na­cional de Cin­e­ma de São Paulo, que recon­hece per­son­al­i­dades que con­tribuíram para a cul­tura e o mer­ca­do audio­vi­su­al brasileiro. 

Mauri­cio de Sousa não pôde par­tic­i­par da aber­tu­ra, mas foi rep­re­sen­ta­do por seu fil­ho, Mau­ro Sousa, que ago­ra o inter­pre­ta no cin­e­ma, com o lon­ga Mauri­cio de Sousa — O Filme.

“Este é um momen­to dupla­mente espe­cial”, disse Mau­ro Sousa, em entre­vista à Agên­cia Brasil e à TV Brasil. “Primeiro, pela hom­e­nagem aqui da mostra, porque o meu pai sem­pre teve esse son­ho de que seus per­son­agens, suas obras, fos­sem para o cin­e­ma. Então, isso que está acon­te­cen­do é a con­cretiza­ção desse son­ho e de um recon­hec­i­men­to de que a gente está fazen­do um bom tra­bal­ho, com qual­i­dade, seguin­do essa essên­cia do Mauri­cio”, afir­mou.

O lon­ga chega aos cin­e­mas no dia 23 de out­ubro, mas a mostra vai apre­sen­tá-lo em uma sessão espe­cial para o públi­co dois dias antes.

São Paulo (SP), 15/10/2025 - Abertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema, na Sala São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Reprodução: Abertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema, na Sala São Paulo — Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

“Estou muito emo­ciona­do de rep­re­sen­tá-lo aqui e tam­bém por rep­re­sen­tá-lo no cin­e­ma. É a min­ha estreia no cin­e­ma, eu nun­ca tin­ha pisa­do num set, min­ha exper­iên­cia até então tin­ha sido prin­ci­pal­mente no teatro. Acho que este é o mel­hor pre­sente que eu pode­ria ter dado para ele — e para mim tam­bém. Acho que foi a cere­ja do bolo, prin­ci­pal­mente neste ano em que ele com­ple­ta 90 anos”.

Além de Mauri­cio de Sousa, a mostra tam­bém hom­e­na­geou a cineas­ta mar­tini­cana Euzhan Pal­cy com o Prêmio Humanidade, por seu papel na luta con­tra o apartheid na África do Sul e por inspi­rar tan­tos cineas­tas em todo o mun­do, prin­ci­pal­mente mul­heres negras. 

Figu­ra pio­neira na história do cin­e­ma, Euzhan foi respon­sáv­el por abrir cam­in­hos para mul­heres negras em espaços antes inacessíveis. Seu lon­ga de 1983, Rua Cas­es Nègres, rece­beu o Leão de Pra­ta em Veneza, primeira vez que o prêmio foi con­ce­di­do a uma mul­her e pes­soa negra na direção. Ela tam­bém rece­beu o Oscar hon­orário.

Em seu dis­cur­so, a mar­tini­cana agrade­ceu a hom­e­nagem e falou da prox­im­i­dade entre o Brasil e seu país.

“Nos da Mar­tini­ca e do Brasil somos irmãos. Na Mar­tini­ca, quan­do o Brasil joga, não há ninguém na rua”, brin­cou ela, sobre a seleção brasileira de fute­bol. “Eu cos­tu­mo diz­er que estou fazen­do filmes para dar voz às pes­soas que foram negadas de falar. Era muito urgente para mim, como cineas­ta, aju­dar as pes­soas a estarem na tela”, acres­cen­tou durante a cer­imô­nia de aber­tu­ra da Mostra Inter­na­cional de Cin­e­ma de São Paulo, na noite de ontem (15), na Sala São Paulo.

A Mostra

A Mostra Inter­na­cional de Cin­e­ma de São Paulo é o maior e mais tradi­cional fes­ti­val de cin­e­ma do Brasil. Com iní­cio mar­ca­do para esta quin­ta-feira (16), o even­to vai apre­sen­tar neste ano 373 filmes de 80 país­es, que serão exibidos em 52 salas de cin­e­ma, espaços cul­tur­ais e cen­tros edu­ca­cionais unifi­ca­dos (CEUs) espal­ha­dos pela cap­i­tal paulista. 

Parte dessa pro­gra­mação é real­iza­da con­jun­ta­mente com a Spcine, que atua no fomen­to, finan­cia­men­to e desen­volvi­men­to de políti­cas públi­cas para o setor audio­vi­su­al na cidade de São Paulo. Com isso, alguns dess­es filmes serão exibidos de for­ma gra­tui­ta na platafor­ma da Spcine e tam­bém nos cir­cuitos ou equipa­men­tos cul­tur­ais da prefeitu­ra, per­mitin­do maior democ­ra­ti­za­ção desse aces­so.

“Neste ano, [essa parce­ria] está muito espe­cial, com a mostra oacon­te­cen­do no cir­cuito SPCINE, nas salas públi­cas de cin­e­ma, tan­to em salas que são gra­tu­itas, quan­to nas da Sec­re­taria de Cul­tura, onde a gente tem preços super pop­u­lares. Vamos ter a mostra tam­bém na platafor­ma Spcine Play. A Spcine vai par­tic­i­par ain­da do Encon­tro de Ideias, aque­le momen­to de mer­ca­do, de debates e de tro­cas. Além dis­so, uma ação super espe­cial ocor­rerá este ano, que é a segun­da edição da Mostrin­ha (pro­gra­mação infan­til da mostra)”, expli­cou Lyara Oliveira, pres­i­dente da Spcine.

“Levar a mostra inter­na­cional para espaços per­iféri­cos e para espaços de aces­so gra­tu­ito ou a preços pop­u­lares democ­ra­ti­za o aces­so. Além de democ­ra­ti­zar o aces­so, a gente democ­ra­ti­za a infor­mação porque a mostra estará pre­sente em todos ess­es espaços per­iféri­cos”, afir­mou Lyara em entre­vista à Agên­cia Brasil.

Entre os filmes pro­gra­ma­dos para exibição está O Agente Secre­to, de Kle­ber Men­donça Fil­ho, que foi escol­hi­do pela Acad­e­mia Brasileira de Cin­e­ma para rep­re­sen­tar o Brasil na seleção para o Oscar. Além dele, o even­to apre­sen­tará mais 14 obras que foram indi­cadas por seus país­es para con­cor­rer a uma vaga ao Oscar como Jovens Mães, de Jean-Pierre Dar­d­enne e Luc Dar­d­enne (Bél­gi­ca); No Oth­er Choice, de Park Chan-wook (Cor­eia do Sul) e Foi Ape­nas um Aci­dente, do cineas­ta ira­ni­ano Jafar Panahi (França), filme vence­dor da Pal­ma de Ouro do Fes­ti­val de Cannes.

São Paulo (SP), 15/10/2025 - Abertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema, na Sala São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Reprodução: Mostra Internacional de Cinema começa na Sala São Paulo — Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

Além de O Agente Secre­to, a mostra apre­sen­tará mais 83 filmes brasileiros, como os clás­si­cos restau­ra­dos Garo­ta de Ipane­ma, de Leon Hirsz­man e Um Céu de Estre­las, de Tata Ama­r­al.

A aber­tu­ra da 49ª edição da Mostra Inter­na­cional de Cin­e­ma foi real­iza­da na Sala São Paulo e reuniu per­son­al­i­dades do cin­e­ma e do audio­vi­su­al brasileiro, entre a secretária do Audio­vi­su­al do Min­istério da Cul­tura, Joel­ma Oliveira Gon­za­ga.

Após a cer­imô­nia foram exibidos o cur­ta-metragem Como Fotogra­far um Fan­tas­ma, do dire­tor e roteirista Char­lie Kauf­man, e o lon­ga-metragem Sirât, de Oliv­er Laxe, vence­dor do prêmio do júri do Fes­ti­val de Cannes.

A lista com­ple­ta dos filmes que estarão no even­to e toda a pro­gra­mação podem ser con­sul­tadas no sithttps://mostra.org/

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