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Desfile e protesto tomam as ruas do centro do Rio de Janeiro

Manifestantes criticam ofensiva em Gaza e proposta de anistia

Tâmara Freire — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 07/09/2025 — 14:12
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 07/09/2025 – O Grito dos Excluídos e Excluídas reúne manifestantes na região central da cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

O tradi­cional Gri­to dos Excluí­dos, no Rio de Janeiro, foi real­iza­do a poucos met­ros do des­file cívi­co-mil­i­tar, no cen­tro da cidade. Ape­sar de ter a sobera­nia nacional como tema prin­ci­pal, tam­bém trouxe pau­tas diver­sas de sindi­catos e movi­men­tos soci­ais. Logo à frente, mães de jovens mor­tos por agentes do esta­do reivin­di­cavam por justiça.

“A gente luta por uma perí­cia inde­pen­dente, e que ess­es casos vão à júri pop­u­lar. Porque a mes­ma polí­cia que mata é a mes­ma que inves­ti­ga. E muitas vezes, ess­es casos vão para júri mil­i­tar, então eles que vão se jul­gar. A gente não quer que out­ras mães car­reguem as fotos dos fil­hos mor­tos em suas camisas. A gente luta para os que os jovens ten­ham dire­ito à vida”, declar­ou Nívia do Car­mo Raposo, mãe de Rodri­go Tavares, mil­i­tar do Exérci­to assas­si­na­do por mili­cianos em 2015 e fun­dado­ra do Movi­men­to de Mães e Famil­iares de Víti­mas da Vio­lên­cia Letal do Esta­do e Desa­pare­ci­dos Força­dos.

Muitos par­tic­i­pantes tam­bém man­i­fes­tavam con­tra as ofen­si­vas do esta­do de Israel na Faixa de Gaza e em defe­sa do povo palesti­no.

“Assim como o Gri­to dos Excluí­dos rep­re­sen­ta uma sobera­nia de fato do povo brasileiro, a gente entende que o prin­ci­pal inimi­go é o impe­ri­al­is­mo. É uma luta que envolve todos os povos que são sub­ju­ga­dos. Não só é uma questão urgente hoje, porque o povo de Gaza está sendo elim­i­na­do, como traz­er essa sol­i­dariedade é uma maneira de for­t­ale­cer a luta de todos os povos”, defend­eu Lean­dro Lon­go, do Comitê em Defe­sa da Palesti­na do Sindi­ca­to dos Servi­dores do Colé­gio Fed­er­al Pedro II.

Este ano, o protesto orga­ni­za­do por cen­trais sindi­cais e movi­men­tos soci­ais em todo o país escol­heu o lema 7 de Setem­bro do Povo — quem man­da no Brasil é o povo brasileiro.

“Não há sobera­nia sem povo. Por­tan­to, quan­do o gov­er­no amer­i­cano ata­ca a nação brasileira, ela ata­ca todo o povo”, enfa­ti­zou o pres­i­dente do Sindi­ca­to dos Bancários do Rio de Janeiro, José Fer­reira.

Ele lem­brou que as pau­tas tra­bal­his­tas tam­bém estão no cen­tro das reivin­di­cações este ano.

“Uma delas é fun­da­men­tal para boa parte da pop­u­lação brasileira, que é o fim da escala 6x1. Hoje é o dia da gente estar na rua dialo­gan­do com a sociedade, nos man­i­fe­s­tando e fazen­do cor­rer esse debate, para ver se ele avança no Par­la­men­to, em defe­sa da classe tra­bal­hado­ra”, afir­mou.

O vereador car­i­o­ca Rick Azeve­do (PSOL), que ini­ciou o movi­men­to con­tra a escala 6x1, agrade­ceu o acol­hi­men­to da pau­ta pelos man­i­fes­tantes.

“Muito obri­ga­do por vocês não desi­s­tirem. Por vocês lutarem por um Brasil que respei­ta a classe tra­bal­hado­ra. Muito obri­ga­do a todo mun­do que quer o fim da escala 6x1. Nós não vamos recuar. Pra cima do Con­gres­so Nacional”, ressaltou.

As pau­tas da tax­ação dos super ricos e da isenção do impos­to de ren­da para tra­bal­hadores com ren­da de até R$ 5 mil tam­bém gan­haram destaque. Além dessa pau­ta, muitos man­i­fes­tantes usavam ade­sivos e empun­havam car­tazes pedin­do a prisão do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro, que está sendo jul­ga­do por ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do. De tem­pos em tem­pos, o protesto gri­ta­va as palavras de ordem “sem anis­tia”.

Uma inter­venção artís­ti­ca da Esco­la de Teatro Pop­u­lar ence­nou uma luta entre a pop­u­lação, um car­dume de peix­es, e os poderosos, rep­re­sen­ta­dos por tubarões. Ao final da inter­venção, após se unir em prol de pau­tas como a refor­ma agrária, o tra­bal­ho dig­no e a defe­sa da Amazô­nia, os peix­es con­seguem vencer seus ata­cantes.

Após o fim do des­file cívi­co-mil­i­tar, o protesto seguiu em mar­cha pela Aveni­da Pres­i­dente Var­gas e Aveni­da Rio Bran­co e se encer­rou na Praça Mauá.

Desfile cívico-militar

O des­file ofi­cial de 7 de setem­bro no Rio de Janeiro foi na Aveni­da Pres­i­dente Var­gas, com iní­cio em frente ao Palá­cio Duque de Cax­i­as, anti­ga sede do Min­istério do Exérci­to e atu­al Quar­tel-Gen­er­al do Coman­do Mil­i­tar do Leste.

Par­tic­i­param da apre­sen­tação cer­ca de 5 mil inte­grantes do Exérci­to, Mar­in­ha e Aeronáu­ti­ca, e tam­bém das polí­cias Mil­i­tar e Civ­il do esta­do do Rio de Janeiro, do Cor­po de Bombeiros Mil­i­tar, da Sec­re­taria de Admin­is­tração Pen­i­ten­ciária e da Guar­da Munic­i­pal. Des­fi­la­ram ain­da alunos de esco­las públi­cas e pri­vadas.

O públi­co tam­bém assis­tiu à pas­sagem de 250 veícu­los, entre blinda­dos, viat­uras e moto­ci­cle­tas, e da cav­alar­ia. Aeron­aves sobrevoaram a região cen­tral da cidade.

Protesto bolsonarista

Out­ro protesto con­vo­ca­do por lid­er­anças reli­giosas e de par­tidos de dire­i­ta foi real­iza­do em Copaca­bana, na zona sul da cidade. Os man­i­fes­tantes reivin­di­cavam anis­tia para os con­de­na­dos pelos atos golpis­tas e liber­dade para o ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro. Os par­tic­i­pantes tam­bém levaram men­sagens de apoio ao pres­i­dente amer­i­cano Don­ald Trump.

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