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Cães e gatos podem ter vírus da covid-19, mas não transmitem a doença

Repro­du­ção: © Pre­fei­tu­ra do Rio/Subvisa/Nelson Duar­te

Pesquisa é da Pontifícia Universidade Católica do Paraná


Publi­ca­do em 17/10/2021 — 09:03 Por Ala­na Gan­dra — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

Ape­nas 11% dos cães e gatos que habi­tam casas de pes­so­as que tive­ram covid-19 apre­sen­tam o vírus nas vias aére­as. Esses ani­mais, entre­tan­to, não desen­vol­vem a doen­ça, segun­do pes­qui­sa rea­li­za­da pela Pon­ti­fí­cia Uni­ver­si­da­de Cató­li­ca do Para­ná (PUC-PR).

Isso sig­ni­fi­ca que eles apre­sen­tam exa­mes mole­cu­la­res posi­ti­vos para SARS-CoV‑2, mas não têm sinais clí­ni­cos da doen­ça.

Segun­do o médi­co vete­ri­ná­rio Mar­co­ni Rodri­gues de Fari­as, pro­fes­sor da Esco­la de Ciên­ci­as da Vida da PUC-PR e um dos res­pon­sá­veis pelo estu­do, até o momen­to, foram ava­li­a­dos 55 ani­mais, sen­do 45 cães e dez gatos. Os ani­mais foram divi­di­dos em dois gru­pos: aque­les que tive­ram con­ta­to com pes­so­as com diag­nós­ti­co de covid-19 e os que não tive­ram.

A pes­qui­sa visa ana­li­sar se os ani­mais que coa­bi­tam com pes­so­as com covid-19 têm sin­to­mas res­pi­ra­tó­ri­os seme­lhan­tes aos dos tuto­res, se sen­tem difi­cul­da­de para res­pi­rar ou apre­sen­tam secre­ção nasal ou ocu­lar.

Foram fei­tos tes­tes PCR, isto é, tes­tes mole­cu­la­res, base­a­dos na pes­qui­sa do mate­ri­al gené­ti­co do vírus (RNA) em amos­tras cole­ta­das por swab (coto­ne­te lon­go e esté­ril) da naso­fa­rin­ge dos ani­mais e tam­bém cole­tas de san­gue, com o obje­ti­vo de ver se os cães e gatos domés­ti­cos tinham o vírus. “Eles pegam o vírus, mas este não repli­ca nos cães e gatos. Eles não con­se­guem trans­mi­tir”, expli­cou Fari­as.

Segun­do o pes­qui­sa­dor, a pos­si­bi­li­da­de de cães e gatos trans­mi­ti­rem a doen­ça é mui­to peque­na. O estu­do con­clui ain­da que em tor­no de 90% dos ani­mais, mes­mo ten­do con­ta­to com pes­so­as posi­ti­va­das, não têm o vírus nas vias aére­as.

Mutação

Segun­do Fari­as, até o momen­to, pode-se afir­mar que ani­mais domés­ti­cos têm bai­xo poten­ci­al no ciclo epi­de­mi­o­ló­gi­co da doen­ça.

No entan­to, é impor­tan­te ter em men­te que o vírus pode sofrer muta­ção. Por enquan­to, o cão e o gato domés­ti­co não desen­vol­vem a doen­ça. A con­ti­nui­da­de do tra­ba­lho dos pes­qui­sa­do­res da PUC-PR vai reve­lar se esse vírus, em con­ta­to com os ani­mais, pode sofrer muta­ção e, a par­tir daí, no futu­ro, pas­sar a infec­tar tam­bém cães e gatos domés­ti­cos.

“Isso pode acon­te­cer. Aí, o cão e o gato pas­sa­ri­am a repli­car o vírus. Pode acon­te­cer no futu­ro. A gen­te não sabe”.

Por isso, segun­do o espe­ci­a­lis­ta, é impor­tan­te con­tro­lar a doen­ça e vaci­nar em mas­sa a popu­la­ção, para evi­tar que o cão e o gato tenham aces­so a uma alta car­ga viral, por­que isso pode favo­re­cer a muta­ção.

A nova eta­pa da pes­qui­sa vai ava­li­ar se o cão e o gato têm anti­cor­pos con­tra o vírus. Os dados deve­rão ser con­cluí­dos entre novem­bro e dezem­bro des­te ano.

O tra­ba­lho con­ta com recur­sos da pró­pria PUC-PR e do Ban­co Regi­o­nal de Desen­vol­vi­men­to do Extre­mo Sul (BRDE).

Edi­ção: Líli­an Beral­do

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