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Flipelô é o carnaval das Letras no Pelourinho, diz curador

Peça de teatro marca abertura de festa literária em Salvador

Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 07/08/2025 — 10:17
Sal­vador*
Salvador (BA), 06/08/2025 - Abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, que homenageia Dias Gomes, no Largo do Pelourinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Cos­tumeira­mente lota­do quan­do recebe shows musi­cais ou durante o car­naval, o Pelour­in­ho ficou cheio na noite de ontem (6) para algo mais inusi­ta­do: uma peça de teatro.

Dirigi­da por Gil Vicente e inspi­ra­da na obra do autor de telen­ov­e­las e escritor Dias Gomes (1922–1999), o musi­cal Os dias bem ama­dos: vida e obra de um autor baiano mar­cou a aber­tu­ra da Fes­ta Literária Inter­na­cional do Pelour­in­ho, a Flipelô, atrain­do um grande públi­co para o cen­tro históri­co de Sal­vador.

Salvador (BA), 06/08/2025 - O escritor Deco Lipe, curador programação da Vila Literária, participa da abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, que homenageia Dias Gomes, no Largo do Pelourinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: O escritor Deco Lipe, curador pro­gra­mação da Vila Literária, par­tic­i­pa da aber­tu­ra da Fes­ta Literária Inter­na­cional do Pelour­in­ho — Flipelô, que hom­e­nageia Dias Gomes, no Largo do Pelour­in­ho. Foto: Rove­na Rosa/Agência Brasil

“O grande chama­riz da Flipelô é que ela trans­for­ma o coração da cidade — que é o cen­tro históri­co — no Car­naval das Letras e da lit­er­atu­ra”, descreveu Aber­tu­ra da Fes­ta Literária Inter­na­cional do Pelour­in­ho.

Curador de dois espaços da Flipelô: a Vila Literária e o Espaço para Infân­cias Mabel Vel­loso ele disse que a vis­i­tação foi enorme e a pro­gra­mação ofi­cial e literária ain­da nem começou.

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Flipelô

Maior fes­ta cul­tur­al literária da Bahia, a Flipelô acon­tece até domin­go (10) em cer­ca de 150 espaços públi­cos e pri­va­dos do Cen­tro Históri­co de Sal­vador. Chegan­do em sua nona edição, o even­to  está ain­da maior neste ano e a expec­ta­ti­va dos orga­ni­zadores é que ela supere as 250 mil pes­soas que par­tic­i­param no ano pas­sa­do.

Salvador (BA), 06/08/2025 - Abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, que homenageia Dias Gomes, no Largo do Pelourinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: Aber­tu­ra da Fes­ta Literária Inter­na­cional do Pelour­in­ho — Flipelô, que hom­e­nageia Dias Gomes, no Largo do Pelour­in­ho. Foto: Rove­na Rosa/Agência Brasil

São nove edições e a Flipelô está mais do que con­sagra­da e mais do que abraça­da. Aqui é esse lugar assim de afe­to, mes­mo”, infor­mou Deco à Agên­cia Brasil.

“A pro­gra­mação deste ano está riquís­si­ma, dialo­gan­do com muitos gêneros literários, com muitas for­mas de escri­ta e dialo­gan­do tam­bém com diver­sas artes, porque a dra­matur­gia é isso, né? Ela aca­ba abrindo a gente para esse leque e faz com que isso se torne ain­da mais diver­so”.

Público

Morador de Sal­vador e autor dos livros Talvez não ten­ha cri­ança no céu e Môni­ca vai jan­tar, o escritor Davi Boaven­tu­ra, 39 anos, vis­i­tou o Pelour­in­ho na noite de quar­ta-feira para assi­s­tir o musi­cal que abriu a Flipelô. Em entre­vista à Agên­cia Brasil, ele disse que vai par­tic­i­par do even­to neste ano de duas for­mas: como públi­co-leitor e tam­bém par­tic­i­pan­do de uma mesa na pro­gra­mação para­lela da Flipelô.

Salvador (BA), 06/08/2025 - O escritor Davi Boaventura particpa da Abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, que homenageia Dias Gomes, no Largo do Pelourinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: O escritor Davi Boaven­tu­ra par­tic­pa da Aber­tu­ra da Fes­ta , no Largo do Pelour­in­ho. Foto: Rove­na Rosa/Agência Brasil

“Acho que vou vir aqui todo dia. A Flipelô é mar­avil­hosa. Ela é algo que movi­men­ta muito [a cidade] e é muito bom traz­er a lit­er­atu­ra para uma cidade em que as artes são tão fortes. Isso dá destaque para o que pre­cisa ter destaque”, afir­mou.

A pro­fes­so­ra Flávia Lima, 37 anos, tam­bém de Sal­vador, acom­pan­ha a Flipelô pela ter­ceira vez. Para ela, a fes­ta literária é uma “grande tro­ca cul­tur­al”.

“Sou uma apaixon­a­da por lit­er­atu­ra, então este é um momen­to em que a cidade fica em fes­ta para a gente pres­ti­giar os espaços literários. É um momen­to em que a cidade se abre para rece­ber autores de out­ros lugares e que não esta­mos acos­tu­ma­dos a ver, só a ler. Então, esse é um momen­to de estar­mos per­t­in­ho dos escritores.”

Antes mes­mo do even­to ter iní­cio, Flávia já sele­cio­nou o que dese­ja aproveitar da fes­ta literária. “Já fiz um ras­cun­ho das coisas que quero ver. Na sex­ta, quero ver a Elisama San­tos e Lázaro Ramos. No sába­do, Lázaro Ramos, em out­ra mesa. No domin­go, quero ver a Sofia Oliveira, que é daqui de Sal­vador, mas está moran­do ago­ra em São Paulo”.

Não são ape­nas os moradores de Sal­vador que pre­ten­dem acom­pan­har esse car­naval literário no Pelour­in­ho. “Esta é uma grande opor­tu­nidade de inter­a­gir com a cul­tura desse ter­ritório, com os autores. É uma fes­ta que vale muito par­tic­i­par e cel­e­brar”, disse a bib­liotecária Elis­a­bete Veras, que veio do Rio de Janeiro para cur­tir a Flipelô. “Meu propósi­to é cur­tir a fes­ta. Acho que essa inter­ação que a Flipelô traz de inter­a­gir com autores e de estar­mos todos nesse pequeno espaço, é uma grande pos­si­bil­i­dade de estar próx­i­ma dos meus autores.”

Diversidade

A pro­gra­mação da Flipelô é muito diver­sa, abraçan­do tam­bém out­ras artes para além da lit­er­atu­ra. Se na aber­tu­ra teve teatro, no domin­go a fes­ta se encer­ra com uma orques­tra em trib­u­to a Jorge Ama­do. Mas há tam­bém saraus, debates, shows musi­cais, exposições, lança­men­tos de livros, ofic­i­nas e, inclu­sive, uma rota gas­tronômi­ca. Um dos destaques deste ano é a pre­sença de escritores inter­na­cionais como Adeli­no Timó­teo e GauZ, que estarão na Casa Moti­va, na Vale do Dendê.

“Neste ano, temos mais escritores inter­na­cionais e esta­mos ain­da mais volta­dos para a lín­gua por­tugue­sa. Temos uma quan­ti­dade con­sid­eráv­el de autores. No Espaço Mabel Vel­loso, que é o espaço para infân­cias, pen­samos muito em uma lit­er­atu­ra que colo­ca a cri­ança como pro­tag­o­nista das histórias.Trouxemos autores e autoras que são muito queri­dos pelas cri­anças como Flávia Lins e Sil­va, Lázaro Ramos, Alexan­dre Coim­bra Ama­r­al estre­an­do na lit­er­atu­ra para cri­anças, Elisama San­tos e Emília Nunes, que é um nome fortís­si­mo aqui na Bahia”, ressaltou.

Salvador (BA), 06/08/2025 - A professora Flávia Lima participa da abertura da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, que homenageia Dias Gomes, no Largo do Pelourinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: A pro­fes­so­ra Flávia Lima par­tic­i­pa da aber­tu­ra , no Largo do Pelour­in­ho. Foto: Rove­na Rosa/Agência Brasil

Out­ro destaque é a Vila Literária, insta­l­a­da no Largo Tereza Batista, com pro­gra­mação toda volta­da ao públi­co jovem, incluin­do um con­cur­so de cos­play [fan­tasias com refer­ên­cias de per­son­agens da cul­tura pop].

“Na Vila Literária a gente vai ter a primeira batal­ha de desen­hos ao vivo. Serão dois dias com batal­ha de desen­hos para que o públi­co se divir­ta e vote. E ter­e­mos tam­bém o primeiro des­file cos­play dis­coteca­do da história da Flipelô, que acon­tece nes­ta quin­ta-feira (7)”, expli­cou Deco.

A Flipelô é apre­sen­ta­da pela Min­istério da Cul­tura e pela Fun­dação Casa de Jorge Ama­do e acon­tece até domin­go (10), com pro­gra­mação inteira­mente gra­tui­ta. Mais infor­mações sobre a fes­ta podem ser obti­das no site.

*A equipe da Agên­cia Brasil via­jou a con­vite da Moti­va, patroci­nado­ra e par­ceira ofi­cial de mobil­i­dade da Flipelô 2025

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