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Aos 470 anos, SP oferece oportunidades, mas maioria quer deixar cidade

Repro­dução: © Arquivo/Agência Brasil

Maior capital do país faz aniversário nesta quinta-feira


Pub­li­ca­do em 25/01/2024 — 08:45 Por Bruno Boc­chi­ni — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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Maior metró­pole do país, com pop­u­lação de 11,5 mil­hões de pes­soas – supe­ri­or à de muitos país­es, como Por­tu­gal, Paraguai e Sué­cia – São Paulo chega aos 470 anos, nes­ta quin­ta-feira (25), como a cidade his­tori­ca­mente mais atra­ti­va do país, mas, ao mes­mo tem­po, a maio­r­ia dos moradores quer deixá-la. 

São 60% os res­i­dentes que dizem quer­er sair, segun­do pesquisa da Rede Nos­sa São Paulo, divul­ga­da nes­ta sem­ana. É um resul­ta­do con­sol­i­da­do, já que há pou­ca vari­ação des­de, pelo menos, 2009 – quan­do 57% diziam quer­er deixar a cidade.

“A cidade ofer­ece muitas opor­tu­nidades de tra­bal­ho, cul­tura, edu­cação, con­hec­i­men­to, enfim, São Paulo é uma metró­pole glob­al e tem muitas vir­tudes. Mas essas pes­soas, que são maio­r­ia, não con­seguem aces­sar as vir­tudes e ficam com os prob­le­mas da cidade”, desta­ca o coor­de­nador-ger­al da Rede Nos­sa São Paulo, Jorge Abrahão.

Para a maior parte da pop­u­lação, São Paulo aca­ba sendo trân­si­to, difi­cul­dade para morar bem e vio­lên­cia. “A maio­r­ia leva, por exem­p­lo, um tem­po enorme da vida dela den­tro do car­ro porque a média das pes­soas no trân­si­to é de duas horas e meia por dia. Isso além das questões de habitação e da vio­lên­cia”, ressalta o coor­de­nador.

Mais democracia

Para Abrahão, a chave para mudar o dese­jo da pop­u­lação de deixar a cidade está na democ­ra­ti­za­ção, o que deman­da avanço da par­tic­i­pação pop­u­lar nas instân­cias que deci­dem sobre os rumos da cap­i­tal.

“É pen­sar uma cidade, na descen­tral­iza­ção da cidade, na redução de desigual­dades, no apri­mora­men­to da democ­ra­cia. E isso depende de uma aprox­i­mação das pes­soas com a políti­ca, de enten­der que a políti­ca é muito impor­tante”, diz.

A pesquisa da Rede Nos­sa São Paulo, no entan­to, mostra que a maio­r­ia dos paulis­tanos segue sem quer­er par­tic­i­par da vida políti­ca do municí­pio: 65% dizem não ter nen­hu­ma von­tade de par­tic­i­par; 25%, algu­ma; e 8%, mui­ta von­tade.

“Esse dis­tan­ci­a­men­to, na ver­dade, colo­ca riscos de aven­tureiros apare­cerem”, aler­ta Abrahão. Ele ressal­va, no entan­to, que o resul­ta­do pode ser vis­to de maneira pos­i­ti­va tam­bém.

“A grande maio­r­ia diz não quer­er par­tic­i­par da políti­ca. Dois terços dizem isso, mas 8% dizem que têm mui­ta von­tade de par­tic­i­par. E se você pen­sar que 8%, numa cidade como São Paulo, são 1 mil­hão de pes­soas, você tem uma riqueza muito grande a ser explo­ra­da”.

Segun­do o coor­de­nador, esse dese­jo de cer­ca de 1 mil­hão de pes­soas dev­e­ria ser enten­di­do pela Câmara dos Vereadores e pela prefeitu­ra como opor­tu­nidade para a aber­tu­ra de novos espaços de par­tic­i­pação pop­u­lar.

“Pode­ri­am enten­der isso como uma riqueza, uma pos­si­bil­i­dade de traz­er a visão dessa pop­u­lação para den­tro dessas instân­cias, para que seja con­sid­er­a­da nas tomadas de decisão. Ger­aria uma aprox­i­mação da políti­ca com a sociedade, um cam­in­ho impor­tante para a gente avançar”.

Pesquisa

A pesquisa da Rede Nos­sa São Paulo, fei­ta com amostra de 800 pes­soas em dezem­bro de 2023, mostra ain­da que 30% da pop­u­lação avaliam que a qual­i­dade de vida na cidade mel­horou nos últi­mos 12 meses. Out­ros 47% dizem que a qual­i­dade de vida per­maneceu estáv­el e 22%, que piorou.

O lev­an­ta­men­to mostra ain­da que 65% dos moradores de São Paulo não lem­bram em quem votaram para vereador em 2020 e 68% acham que a ger­ação de empre­gos deve ser a pri­or­i­dade dos políti­cos. A redução das desigual­dades soci­ais e o com­bate ao pre­con­ceito apare­cem em segui­da.

Os resul­ta­dos da pesquisa mostram ain­da que 17% dos paulis­tanos avaliam a admin­is­tração munic­i­pal como boa ou óti­ma, 38% con­sid­er­am que é ruim ou pés­si­ma e 42%, reg­u­lar; 74% acham que a prefeitu­ra tem feito pouco ou nen­hum inves­ti­men­to no bair­ro onde moram, ape­sar da mel­ho­ra na per­cepção de inves­ti­men­to em algu­mas áreas; e ape­nas 9% dos moradores avaliam a Câmara dos Vereadores como óti­ma ou boa.

 

Edição: Graça Adju­to

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