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Bienal do Livro 2023 destaca literatura de mulheres afro-brasileiras

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Escritoras negras mostram a riqueza da produção


Pub­li­ca­do em 02/09/2023 — 16:40 Por Ake­mi Nita­hara* — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Começou nes­ta sex­ta-feira (1°) a Bien­al do Livro do Rio de Janeiro, que comem­o­ra os seus 40 anos e vai até o dia 10 no Rio Cen­tro, zona oeste da cidade. Espal­hadas pela exten­sa pro­gra­mação, algu­mas atrações desta­cam a pro­dução literária de escritoras negras na atu­al­i­dade.

A jor­nal­ista e pesquisado­ra Car­la Serqueira, que defend­eu recen­te­mente seu doutora­do com a tese Racis­mos nas Tra­jetórias Esco­lares e profis­sion­ais de Jor­nal­is­tas Negras, expli­ca que o tema tem mui­ta relação com a lit­er­atu­ra, inclu­sive no apaga­men­to sofri­do por décadas por escritoras negras pio­neiras.

Ela desta­ca que a lit­er­atu­ra afro-brasileira fei­ta por mul­heres surgiu na déca­da de 1850, com a pub­li­cação de Úrsu­la, de Maria Firmi­na dos Reis, e con­soli­dou-se como impor­tante movi­men­to de expressão e protesto, ao dar vis­i­bil­i­dade a histórias, exper­iên­cias e vozes mar­gin­al­izadas.

“Esse livro foi encon­tra­do por um pesquisador já na déca­da de 60 do sécu­lo 20. Ou seja, a par­tir dis­so é que se ouviu falar, que a críti­ca começou a con­hecer o livro Úrsu­la. Então, é um sécu­lo de desa­parec­i­men­to. Enquan­to a gente sabe que a lit­er­atu­ra brasileira tem toda uma antolo­gia, tem pesquisas muito anti­gas que escritoras como ela jamais seri­am citadas”.

A pesquisado­ra lem­bra que ape­nas na últi­ma déca­da o livro rece­beu o dev­i­do recon­hec­i­men­to por parte das edi­toras e foi relança­do. “Tem as impressões, mostran­do como havia uma deman­da reprim­i­da para con­sumir essa lit­er­atu­ra. A história da Maria Firmi­na e do livro Úrsu­la mostram tan­to o apaga­men­to proposi­tal das mul­heres, das escritoras negras, como a deman­da reprim­i­da de con­sumo, num país em que mais da metade da pop­u­lação é negra. Foi nega­do às pes­soas ter uma lit­er­atu­ra na qual pudessem se ver”.

Dupla­mente pio­neiro, o romance Úrsu­la, pub­li­ca­do em 1859, nar­ra hor­rores da escravidão e inau­gurou a lit­er­atu­ra afro-brasileira com um romance abo­l­i­cionista no Brasil, sendo um dos primeiros livros pub­li­ca­dos por uma mul­her.

A escrito­ra maran­hense Maria Firmi­na dos Reis tam­bém foi a primeira mul­her a ser aprova­da em um con­cur­so públi­co no Maran­hão, em 1847, se tor­nan­do pro­fes­so­ra. Impor­tante voz de denún­cia e indig­nação con­tra os maus-tratos sofri­dos pela pop­u­lação escrav­iza­da, suas palavras batem forte até hoje.

“Não é a vaidade de adquirir nome que me cega, nem o amor próprio de autor. Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mul­her, e mul­her brasileira, de edu­cação acan­ha­da e sem o tra­to e a con­ver­sação dos home­ns ilustra­dos, que acon­sel­ham, que dis­cutem e que cor­rigem; com uma instrução mis­ér­ri­ma, ape­nas con­hecen­do a lín­gua de seus pais, e pouco lida, o seu cabe­dal int­elec­tu­al é quase nulo.” (Pról­o­go de Úrsu­la).

Maria Firmi­na foi a auto­ra hom­e­nagea­da na Fes­ta Literária Inter­na­cional de Paraty (Flip) do ano pas­sa­do.

Carolina Maria de Jesus

Rio de Janeiro (RJ) - Mostra traz ao público carioca fotos e fatos da vida da escritora Carolina Maria de Jesus. Quarto de Despejo foi a primeira obra da escritora, conhecida mundialmente. Foto: Divulgação/Mostra CMJ
Repro­dução: Escrito­ra Car­oli­na Maria de Jesus, auto­ra de Quar­to de Despe­jo. Foto: Divulgação/Mostra CMJ

Car­la Serqueira desta­ca tam­bém Car­oli­na Maria de Jesus, que deixou seus relatos em for­ma de diários sobre a dura real­i­dade na favela, no livro Quar­to de Despe­jo, pub­li­ca­do em 1960. Sua história de vida, relata­da no livro, é reple­ta de luta, desam­paro e sofri­men­to. Segun­do a pesquisado­ra, este foi o primeiro livro de uma escrito­ra negra que ela própria leu, já no doutora­do, quan­do tam­bém teve o primeiro con­ta­to com out­ras int­elec­tu­ais negras, como Lélia Gonzáles e Beat­riz Nasci­men­to.

“Naque­le momen­to, ela teve os holo­fotes. Ela inclu­sive vendeu o livro Quar­to de Despe­jo, mas real­mente não con­seguiu viv­er da lit­er­atu­ra. Inclu­sive teve as condições de vida muito precárias, com os fil­hos. Talvez ten­ha sido um momen­to em que a lit­er­atu­ra bran­ca achou inter­es­sante dar um destaque, naque­le momen­to especí­fi­co para ela, mas que não era exata­mente uma aber­tu­ra para que ela se con­sol­i­dasse como uma escrito­ra, com todo o recon­hec­i­men­to que ela mere­cia”.

A auto­ra foi descober­ta pelo jor­nal­ista Audálio Dan­tas, que foi à favela do Canindé para faz­er uma matéria e a aju­dou a pub­licar seu primeiro e mais famoso livro. Car­oli­na chegou a lançar seus livros fora do Brasil, ten­do traduções em 14 lín­guas, rela­tan­do sua dura real­i­dade:

“Escre­vo a mis­éria e a vida infaus­ta dos fave­la­dos. Eu era revolta­da, não acred­i­ta­va em ninguém. Odi­a­va os políti­cos e os patrões, porque o meu son­ho era escr­ev­er e o pobre não pode ter ide­al nobre. Eu sabia que ia angari­ar inimi­gos, porque ninguém está habit­u­a­do a esse tipo de lit­er­atu­ra. Seja o que Deus quis­er. Eu escrevi a real­i­dade.” (Quar­to de Despe­jo, Car­oli­na Maria de Jesus).

Na atu­al cena literária, cresce sig­ni­fica­ti­va­mente a pro­dução de escritoras negras que têm con­tribuí­do para ampli­ar o espaço dessas nar­ra­ti­vas no Brasil.

» Con­heça algu­mas escritoras negras que mar­carão pre­sença na Bien­al do Livro:

Conceição Evaristo

Rio de Janeiro (RJ), 20/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo lança a Casa Escrevivência, um espaço aberto ao público com biblioteca, no Largo da Prainha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Repro­dução: A escrito­ra Con­ceição Evaris­to lança a Casa Escrevivên­cia, um espaço aber­to ao públi­co com bib­liote­ca, no Largo da Prain­ha. Foto: Fer­nan­do Frazão/Arquivo Agên­cia Brasil

Uma das escritoras brasileiras mais cel­e­bradas da atu­al­i­dade, Con­ceição Evaris­to estará no Café Literário da Bien­al no dia 5, às 18h. Serqueira detal­ha a ale­gria de ver o recon­hec­i­men­to da escrito­ra ain­da em vida. Ape­sar de pub­licar livros des­de a juven­tude, Evaris­to só pas­sou a ser con­heci­da depois dos 70 anos de idade.

“Tem livros clás­si­cos da Con­ceição, já é uma mul­her que real­mente é clás­si­ca na lit­er­atu­ra brasileira. Eu espero que ninguém, nem da acad­e­mia, negue a importân­cia que a Con­ceição Evaris­to tem, não somente pelo fato de ser negra, isso é impor­tante diz­er, é pela qual­i­dade do tra­bal­ho literário que ela ofer­ece, aut­en­ti­ci­dade e, sem dúvi­da, a per­spec­ti­va né? Que é decolo­nial, con­tra hegemôni­ca, em uma per­spec­ti­va que o Brasil era car­ente de ter como refer­ên­cia cer­to.”

Escrito­ra, fic­cionista e ensaís­ta, Evaris­to é uma das mais influ­entes lit­er­atas do movi­men­to pós-mod­ernista no Brasil. Com sete livros pub­li­ca­dos, entre eles o vence­dor do Prêmio Jabu­ti de 2015, Olhos D’água, suas obras, em espe­cial o romance Pon­ciá Vicên­cio, de 2003, abor­dam temas como a dis­crim­i­nação racial, de gênero e de classe.

Ana Maria Gonçalves

Abertura do Festival Latinidades 2014: Griôs da Diáspora Negra, o maior festival de mulheres negras da América Latina. Na foto, a escritora brasileira, Ana Maria Gonçalves (Valter Campanato/Agência Brasil)
Repro­dução: Escrito­ra brasileira Ana Maria Gonçalves durante aber­tu­ra do Fes­ti­val Latinidades 2014. — Val­ter Campanato/Arquivo Agên­cia Brasil

Auto­ra do mon­u­men­tal Um Defeito de Cor, atua tam­bém como roteirista, dra­matur­ga e pro­fes­so­ra de escri­ta cria­ti­va. Gonçalves par­ticipou no dia 1º da mesa Palavra-Chave, com o painel As muitas cores de um defeito de cor, além de ter sido hom­e­nagea­da na aber­tu­ra do even­to, na man­hã do mes­mo dia.

“É um livro genial, que con­ta a história de uma mul­her negra des­de que chegou no Brasil, na diás­po­ra africana. É um livro que mere­ce­ria virar um seri­ado, out­ras for­mas, uma nov­ela, quem sabe, que pudesse gan­har out­ros suportes para alcançar públi­cos além da lit­er­atu­ra. É um livro que já tem assim anos que foi pub­li­ca­do e começa a ter tam­bém um holo­fote e um recon­hec­i­men­to da importân­cia dele existe”, ressalta a pesquisado­ra Car­la Serqueira.

O painel deba­teu o romance de Gonçalves, que influ­en­ciou músi­cos, escritores e poet­as, virou tema de uma exposição que reuniu diver­sos artis­tas con­tem­porâ­neos e será lev­a­do à Mar­quês de Sapu­caí como inspi­ração do enre­do da Portela em 2024.

Ynaê Lopes dos Santos

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Ynae Lopes dos Santos. Foto: TV Brasil
Repro­dução: ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Ynae Lopes dos San­tos. Foto: TV Brasil — TV Brasil

Mestre e douto­ra em História Social pela Uni­ver­si­dade de Sã Paulo (USP), pro­fes­so­ra de História das Améri­c­as na Uni­ver­si­dade fed­er­al Flu­mi­nense (UFF). É auto­ra dos livros Além da Sen­za­la. Arran­jos Escravos de Mora­dia no Rio de Janeiro, História da África e do Brasil Afrode­scen­denteJuliano Mor­eira: médi­co negro na fun­dação da psiquia­tria do Brasil e Racis­mo Brasileiro: uma história da for­mação do país. A auto­ra estará na Bien­al no dia 7, às 19h na mesa Palavra-chave, com o painel Uma nova inde­pendên­cia, que irá pro­por uma con­ver­sa sobre como a sociedade brasileira pre­cisa enten­der suas ori­gens para definir novos cam­in­hos.

Cidinha da Silva

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Cidinha da Silva Foto: FLIP 2022/Divulgação
Repro­dução: Escrito­ra mineira Cid­in­ha da Sil­va Foto: FLIP 2022/Divulgação

Escrito­ra mineira com 17 livros pub­li­ca­dos, Maria Apare­ci­da da Sil­va é grad­u­a­da em História pela Uni­ver­si­dade fed­er­al de Minas Ger­auis (UFMG), pre­sid­iu o Geledés — Insti­tu­to da Mul­her Negra e foi gesto­ra de cul­tura na Fun­dação Cul­tur­al Pal­mares. Pre­mi­a­da pela Bib­liote­ca Nacional em 2019 com o livro de con­tos Um Exu em Nova York, na Bien­al, par­ticipou nes­ta sex­ta-feira da mesa As muitas cores de um defeito de cor.

Eliana Alves Cruz

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Eliana Alvez Cruz Foto: Fernanda Ribas Management
Repro­dução: Jor­nal­ista e escritoa Eliana Alvez Cruz. Foto:  Fer­nan­da Ribas Man­age­ment

Nasci­da no Rio de Janeiro, é escrito­ra e jor­nal­ista. Seu romance de estreia, Água de bar­rela, gan­hou o prêmio Sil­veira Oliveira, da Fun­dação Pal­mares, em 2015. Tam­bém rece­beu o Prêmio Jabu­ti em 2022, com o con­to A Vesti­da. É auto­ra ain­da de O crime do cais do Val­on­go (2018) e Nada digo de ti, que em ti não veja (2020). Cruz par­tic­i­pa do Café Literário no dia 3, às 16h, no painel Seg­re­dos de Família, que irá ver­sar sobre as várias for­mas de nar­rar as relações famil­iares, e os pro­ced­i­men­tos ado­ta­dos na hora de con­tar as vidas e as histórias de pes­soas que tam­bém são o retra­to de uma sociedade.

Eliane Marques

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Eliane Marques. Foto: Autentica Editara/ Divulgação
Repro­dução: Tradu­to­ra e escrito­ra Eliane Mar­ques. Foto: Aut­en­ti­ca Editara/ Divul­gação

Nasci­da na fron­teira entre Brasil e Uruguai, é tradu­to­ra e coor­de­na a edi­to­ra Esco­la de Poe­sia Ame­fricana e o selo Orisun Oro. Fil­i­a­da à Àpres Coup Psi­canálise e Poe­sia, pub­li­cou Relicário (2009) e os pre­mi­a­dos E se alguém o pano (2015) e O poço das mar­i­anas (2021). O primeiro romance, Louças de família, sai este ano. Estará na sessão Cap­tura a fala do dia 3, ao meio-dia.

Stephanie Borges

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Stephanie Borges Foto: Márcio Mercante/ Bienal do Rio
Repro­dução: Poeta e tradu­to­ra Stephanie Borges. Foto:  Már­cio Mercante/ Bien­al do Rio

Poeta e tradu­to­ra, seu livro de estreia, Talvez pre­cise­mos de um nome para isso (2019), venceu o IV Prêmio Cepe Nacional de Lit­er­atu­ra. Par­ticipou da antolo­gia As 29 poet­as hoje, orga­ni­za­da por Heloisa Buar­que de Hol­lan­da, colab­o­ra com veícu­los como a Fol­ha de S. Paulo e a Revista Qua­tro Cin­co Um e é col­u­nista do site da Livraria Megafau­na. A poeta vai par­tic­i­par da Cap­tura a fala no dia 3 e de duas mesas no dia 10: Diás­po­ras e raízes, às 14h, e Pági­nas no pal­co — Maca­cos — Dra­matur­gia-denún­cia com Clay­ton Nasci­men­to, às 18h.

Natasha Felix

ESCRITORAS NEGRAS: A RIQUEZA DA PRODUÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA POR MAIS DESTAQUE NO MERCADO EDITORIAL. Na foto Natasha Felix. Foto: Natasha Feliz/ Instagram
Repro­dução: Poeta e per­former Natasha Felix. Foto: — Natasha Felix/ Insta­gram

Poeta e per­former san­tista, inves­ti­ga as inter­locuções entre o cor­po negro, a palavra fal­a­da e man­i­fes­tações cul­tur­ais como a dança, a lit­er­atu­ra e a músi­ca. Já par­ticipou de pro­je­tos como o espetácu­lo Black Poet­ry e Instru­men­tal Poe­sia, no Sesc Av. Paulista. Foi assis­tente cura­to­r­i­al no Museu de Arte Mod­er­na de São Paulo (MAM) do Rio de Janeiro, onde tra­bal­hou nas exposições Ter­ra em tem­pos: fotografias do BrasilNakoa­da: estraté­gias para a arte mod­er­na e Atos de revol­ta: out­ros imag­inários sobre inde­pendên­cia. Atual­mente, é edi­to­ra artís­ti­ca no Museu do Aman­hã. Pub­li­cou o livro Use o Ali­cate Ago­ra (2018) e inte­gra as antolo­gias Nos­sos poe­mas con­ju­ram e gri­tam (2019) e As 29 poet­as hoje (2021). Na Bien­al, par­tic­i­pa da ativi­dade Mais que o poe­ma, no dia 4 às 18h.

*Colaborou o estag­iário Fran­cis­co Eduar­do Fer­reira.

Edição: Valéria Aguiar

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