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Estudantes elogiam modelo digital do Enem

Entrada dos candidatos para o segundo dia de prova do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital, na Pontifícia Universidade Católica-PUC, no Rio de Janeiro.
© Tânia Rêgo/Agência Bra­sil (Repro­du­ção)

Uma das vantagens apontadas é não marcar cartão de resposta


Publi­ca­do em 07/02/2021 — 20:59 Por Mari­a­na Tokar­nia — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

Após o fim da apli­ca­ção do pri­mei­ro Exa­me Naci­o­nal do Ensi­no Médio (Enem) digi­tal, estu­dan­tes elo­gi­a­ram o novo mode­lo de pro­va. Segun­do os entre­vis­ta­dos pela Agên­cia Bra­sil, uma das van­ta­gens é não pre­ci­sar mar­car as res­pos­tas em um car­tão no final da apli­ca­ção. Estu­dan­tes rela­tam tam­bém que salas esta­vam mais vazi­as hoje (7) do que no pri­mei­ro dia de pro­va, no dia 31.

“Uma coi­sa que eu gos­tei bas­tan­te foi a segu­ran­ça de não errar o pre­en­chi­men­to do car­tão de res­pos­ta. Achei mui­to boa a expe­ri­ên­cia de fazer a pro­va no com­pu­ta­dor. Me sen­ti mais orga­ni­za­da”, dis­se a estu­dan­te Anna Marya Frei­tas, 18 anos, que fez a pro­va no Rio de Janei­ro. As mar­ca­ções das res­pos­tas eram fei­tas na pró­pria tela. A estu­dan­te, que pre­ten­de cur­sar direi­to ou peda­go­gia, dis­se, no entan­to, que sen­tiu mais difi­cul­da­de nes­te segun­do dia de apli­ca­ção. “Estou can­sa­da demais”.

O téc­ni­co em infor­má­ti­ca Fran­klyn Pinhei­ro, 28 anos, tam­bém apro­vou o mode­lo digi­tal. “Com­pa­ran­do o papel com o digi­tal, eu pre­fi­ro o digi­tal por­que o papel é mui­to demo­ra­do. Tem que pre­en­cher os cam­pos e ain­da tem que pin­tar. Ficou melhor ago­ra, não demo­ra mui­to, e os cam­pos são pre­en­chi­dos auto­ma­ti­ca­men­te”, dis­se. Ele pre­ten­de usar o Enem para fazer ago­ra um cur­so supe­ri­or de ciên­ci­as da com­pu­ta­ção.

Este foi o pri­mei­ro ano que o Enem foi apli­ca­do no mode­lo digi­tal, para um núme­ro redu­zi­do de alu­nos. Ao todo, 93 mil can­di­da­tos esta­vam ins­cri­tos para fazer as pro­vas. A apli­ca­ção seguiu o mes­mo mode­lo da pro­va impres­sa. Ape­sar de ser digi­tal, era pre­ci­so ir até o local de pro­va e os par­ti­ci­pan­tes tive­ram o mes­mo tem­po para resol­ver as ques­tões. No últi­mo domin­go, foram apli­ca­das as pro­vas de lin­gua­gens, ciên­ci­as huma­nas e reda­ção. Hoje, os can­di­da­tos fize­ram as pro­vas de mate­má­ti­ca e ciên­ci­as da natu­re­za.

Prejuízo da pandemia

Segun­do a estu­dan­te Leti­cia Perei­ra, 19 anos, a pro­va não esta­va difí­cil, mas, o fato de as aulas pre­sen­ci­ais terem sido sus­pen­sas por con­ta da pan­de­mia do novo coro­na­ví­rus pre­ju­di­cou o pre­pa­ro. “Não tive aula na esco­la, estu­dei em casa, por meio de apli­ca­ti­vos e de víde­os de pré-ves­ti­bu­la­res. Deu para estu­dar, mas na esco­la é mil vezes melhor. No ensi­no pre­sen­ci­al a gen­te tem aces­so ao pro­fes­sor, con­se­gue tirar dúvi­das. Estu­dan­do pela inter­net, pelo You Tube, a gen­te não con­se­gue mui­to. Pre­sen­ci­al é bem melhor”, dis­se.

O núme­ro redu­zi­do de par­ti­ci­pan­tes foi o que fez Leti­cia optar pela ver­são digi­tal, tam­bém no Rio de Janei­ro. “Por con­ta da pan­de­mia, eu achei que a digi­tal teria menos aglo­me­ra­ção”, dis­se a estu­dan­te, que quer cur­sar edu­ca­ção físi­ca ou admi­nis­tra­ção. Ela diz que se sen­tiu mais segu­ra e se sur­pre­en­deu com a pro­va no com­pu­ta­dor, que achou “mui­to prá­ti­ca”.

Entrada do candidato Thomas Formiga para o segundo dia de prova do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) digital, na Pontifícia Universidade Católica-PUC, no Rio de Janeiro.
O can­di­da­to Tho­mas For­mi­ga dis­se que se sen­tiu mais segu­ro por­que tinha pou­co gen­te na sala — Tânia Rêgo/Agência Bra­sil (Repro­du­ção)

Ausências

A pro­va, que já tinha menos par­ti­ci­pan­tes, regis­trou tam­bém mui­tas ausên­ci­as. No pri­mei­ro dia de apli­ca­ção, cer­ca de 68% não com­pa­re­ce­ram às pro­vas.  Hoje, segun­do os entre­vis­ta­dos, tinham ain­da menos par­ti­ci­pan­tes nos locais de pro­va.

“Tinha pou­ca gen­te, me sen­ti melhor em rela­ção à segu­ran­ça em rela­ção à covid-19. E hoje teve ain­da menos gen­te que no pri­mei­ro dia”, dis­se o estu­dan­te Tho­mas For­mi­ga, 17 anos, que tam­bém fez a pro­va no Rio. Ele pre­ten­de cur­sar músi­ca.

O estu­dan­te tam­bém elo­gi­ou o mode­lo digi­tal. “Eu fiz o Enem regu­lar em 2019 e, em com­pa­ra­ção, eu achei mui­to melhor o fato que pode mar­car uma per­gun­ta para fazer depois, pode vol­tar, ir para fren­te e para trás com faci­li­da­de. O fato da tela estar na altu­ra do ros­to, faz com que não doa o pes­co­ço, como na pro­va impres­sa”, diz.

Ape­sar de ser fei­ta em tela, era pre­ci­so levar, como na apli­ca­ção impres­sa, cane­ta de tin­ta pre­ta em ambos os dias de apli­ca­ção. No pri­mei­ro dia, por­que a reda­ção era fei­ta à mão. E, no segun­do, por­que era pos­sí­vel fazer os cál­cu­los em uma folha ras­cu­nho. A pos­si­bi­li­da­de de escre­ver as con­tas fei­tas tam­bém foi elo­gi­a­da por par­ti­ci­pan­tes. Era pos­sí­vel escre­ver na tela, com o mou­se, mas escre­ver à mão era mais con­for­tá­vel.

“Tinha a ques­tão na sua fren­te, na tela, e o papel de ras­cu­nho na mesa. Foi mui­to mais fácil resol­ver as ques­tões. Olha a ques­tão e resol­ve no ras­cu­nho, mui­to mais rápi­do e flui­do”, diz For­mi­ga. “Defi­ni­ti­va­men­te escre­ver na folha de ras­cu­nho é mui­to impor­tan­te. Escre­ver na tela não é mui­to prá­ti­co”.

As notas do Enem pode­rão ser usa­das para ingres­sar no ensi­no supe­ri­or e para par­ti­ci­par de pro­gra­mas como o Sis­te­ma de Sele­ção Uni­fi­ca­da (Sisu), Pro­gra­ma Uni­ver­si­da­de para Todos (ProU­ni), e Fun­do de Finan­ci­a­men­to Estu­dan­til (Fies). As pro­vas do Enem digi­tal estão dis­po­ní­veis para down­lo­ad no site do Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Estu­dos e Pes­qui­sas Edu­ca­ci­o­nais Aní­sio Tei­xei­ra (Inep).  Os gaba­ri­tos ofi­ci­ais serão divul­ga­dos no dia 10.

Edi­ção: Fábio Mas­sal­li

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