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RJ: médicos receberão manual sobre obesidade e doença cardiovascular

Repro­du­ção: © Reuters/Brendan McDermid/Direitos reser­va­dos

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Publicado em 30/04/2024 — 06:48 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

A Soci­e­da­de de Car­di­o­lo­gia do Esta­do do Rio de Janei­ro (Socerj) lan­ça nes­ta quar­ta-fei­ra (1º) o manu­al Obe­si­da­de e Doen­ça Car­di­o­vas­cu­lar, des­ti­na­do a médi­cos da rede públi­ca de saú­de. A publi­ca­ção é iné­di­ta e será lan­ça­da duran­te o 41º Con­gres­so de Car­di­o­lo­gia da Socerj, que come­ça hoje (30).

O dire­tor do Depar­ta­men­to de Hiper­ten­são da Socerj e um dos edi­to­res do manu­al, Fábio de Sou­za dis­se à Agên­cia Bra­sil que o manu­al traz con­teú­dos prá­ti­cos, prin­ci­pal­men­te para médi­cos no iní­cio da for­ma­ção, sobre a obe­si­da­de que assu­me pro­por­ções epi­dê­mi­cas no país.

Exis­te hoje um gran­de núme­ro de pes­so­as que con­vi­vem com a obe­si­da­de e, por isso, é pre­ci­so que, além dos car­di­o­lo­gis­tas, os demais pro­fis­si­o­nais da área médi­ca este­jam cien­tes dis­so e con­si­gam levar infor­ma­ções sobre a ques­tão “da for­ma mais dige­rí­vel pos­sí­vel”, afir­mou Sou­za.

Os dados mais recen­tes, colhi­dos de 2006 a 2022, indi­cam que a taxa de obe­si­da­de em adul­tos no Bra­sil pra­ti­ca­men­te dobrou nes­se perío­do. Em 2006, a taxa era de 11% da popu­la­ção e, em 2022, pas­sou para 22%, o que sig­ni­fi­ca um quin­to da popu­la­ção bra­si­lei­ra. “Isso é bas­tan­te robus­to e cons­ti­tui um ris­co à saú­de. Não se tra­ta somen­te de uma ques­tão esté­ti­ca”, dis­se o car­di­o­lo­gis­ta.

Ele res­sal­tou que o volu­me de infor­ma­ções cien­tí­fi­cas cres­ce de manei­ra expo­nen­ci­al e que é impor­tan­te ter manu­ais como o da Socerj, com lin­gua­gem mais aces­sí­vel, mais dire­ta e con­teú­do mais prá­ti­co. “É uma for­ma de atu­a­li­za­ção, prin­ci­pal­men­te para o pro­fis­si­o­nal médi­co que atua no Sis­te­ma Úni­co de Saú­de [SUS] e para aque­les que estão no iní­cio de car­rei­ra.”

Sou­za des­ta­cou a impor­tân­cia do manu­al como atu­a­li­za­dor de dados para o tra­ta­men­to da obe­si­da­de, ten­do em vis­ta que um em cada cin­co bra­si­lei­ros obe­sos pode ver aumen­ta­do o ris­co de doen­ças car­di­o­vas­cu­la­res ou sofrer de uma doen­ça car­di­o­vas­cu­lar mais pre­co­ce­men­te. ‚E se hou­ver outros fato­res de ris­co asso­ci­a­dos, as doen­ças car­di­o­vas­cu­la­res podem ser ain­da mais gra­ves.

Capítulos

O manu­al foi mon­ta­do em capí­tu­los, escri­tos por pro­fis­si­o­nais que tra­tam de casos epi­de­mi­o­ló­gi­cos, ava­li­a­ção clí­ni­ca do paci­en­te obe­so; tra­ta­men­to far­ma­co­ló­gi­co, remé­di­os que são dados para tra­ta­men­to da obe­si­da­de; endo­cri­no­lo­gia e tra­ta­men­to não far­ma­co­ló­gi­co, que envol­ve ati­vi­da­de físi­ca e nutri­ção. A publi­ca­ção abor­da tam­bém a cirur­gia meta­bó­li­ca e suas  prin­ci­pais indi­ca­ções.

Outro capí­tu­lo tra­ta da doen­ça hepá­ti­ca asso­ci­a­da à obe­si­da­de e ao acú­mu­lo de gor­du­ra no fíga­do, que tem toda impor­tân­cia de ris­co car­di­o­vas­cu­lar asso­ci­a­do. O prin­ci­pal foco é a doen­ça car­di­o­vas­cu­lar, cujo ris­co é ampli­a­do pela obe­si­da­de. “A obe­si­da­de aumen­ta esse ris­co por si só”, enfa­ti­zou o médi­co.

Fábio de Sou­za negou que haja pre­con­cei­to con­tra paci­en­tes que estão aci­ma do peso. “Não é isso. O obje­ti­vo é tra­tar a obe­si­da­de como uma doen­ça, por­que exis­tem dados bas­tan­te robus­tos em rela­ção a isso. Sabe-se que estar aci­ma do peso, com índi­ce de mas­sa cor­pó­rea (IMC) mui­to alto, por si só, aumen­ta o ris­co de doen­ças car­di­o­vas­cu­la­res, e o tra­ta­men­to de paci­en­tes que já teri­am essas doen­ças fica mais difí­cil. O impac­to soci­al é mui­to gran­de para a vida dos paci­en­tes e tam­bém para nós, enquan­to soci­e­da­de.”

O médi­co afir­mou ain­da que o SUS tem que estar pre­pa­ra­do para o pro­ble­ma do aumen­to da obe­si­da­de no país, modi­fi­can­do a dinâ­mi­ca do aten­di­men­to des­ses paci­en­tes e tra­zen­do o assun­to para a mesa de dis­cus­são.

Duran­te o con­gres­so, um cur­so gra­tui­to sobre o manu­al será ofe­re­ci­do aos médi­cos, resi­den­tes e estu­dan­tes ins­cri­tos no even­to, infor­mou Sou­za.

O manu­al Obe­si­da­de e Doen­ça Car­di­o­vas­cu­lar esta­rá dis­po­ní­vel no site do con­gres­so após o lan­ça­men­to. Mais informações sobre o even­to, inscrições e programação com­ple­ta podem ser obti­das nes­te ende­re­ço.

O 41º Con­gres­so de Car­di­o­lo­gia da Socerj será rea­li­za­do no Expo Mag, região cen­tral do Rio de Janei­ro.

Edi­ção: Nádia Fran­co

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