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Fred se despede do futebol com vitória e nos braços da torcida

Repro­du­ção: © Mar­ce­lo Goncalves/Fluminense F. C./Direitos Reser­va­dos

Fluminense vence o Ceará — 2x1- e atacante é homenageado


Publi­ca­do em 10/07/2022 — 13:34 Por Lin­coln Cha­ves — Repór­ter da EBC — São Pau­lo — São Pau­lo

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Foram 417 gols em 827 par­ti­das como joga­dor pro­fis­si­o­nal de fute­bol. Aos 38 anos, Fre­de­ri­co Gue­des Cha­ves encer­rou a car­rei­ra do mes­mo jei­to que a come­çou: ven­cen­do. Foi assim em 26 de janei­ro de 2003, quan­do estre­ou pelo Amé­ri­ca-MG, con­tra o Gua­ra­ni-MG, em Divi­nó­po­lis (MG), pelo Cam­pe­o­na­to Minei­ro.

E não foi dife­ren­te no últi­mo sába­do (9), no Mara­ca­nã, no Rio de Janei­ro. Como há 19 anos, Fred saiu do ban­co de reser­vas e cele­brou um triun­fo — 2x1 — após o api­to final. Des­ta vez, sobre o Cea­rá, pela 16ª roda­da do Cam­pe­o­na­to Bra­si­lei­ro.

O con­tex­to emo­ci­o­nal dei­xou em segun­do pla­no o fato de o tri­co­lor cari­o­ca ter atin­gi­do a quin­ta vitó­ria segui­da e assu­mi­do, pro­vi­so­ri­a­men­te, a vice-lide­ran­ça da com­pe­ti­ção, com 27 pon­tos, dois a menos que o Pal­mei­ras. O Cea­rá, que não per­dia há 11 jogos no Bra­si­lei­rão, segue com 18 pon­tos, em 16º, poden­do encer­rar o fim de sema­na na zona de rebai­xa­men­to se o Atlé­ti­co-GO pon­tu­ar ou se o Cui­a­bá ven­cer na roda­da.

Fred foi cha­ma­do pelo téc­ni­co Fer­nan­do Diniz aos 30 minu­tos do segun­do tem­po, entran­do em cam­po dois minu­tos depois, para explo­são dos mais de 63 mil tor­ce­do­res no Mara­ca­nã — mui­tos deles com más­ca­ras alu­si­vas ao ído­lo, aos gri­tos de “O Fred vai te pegar”.

O Flu­mi­nen­se já ven­cia por 2x0, com home­na­gens à estre­la da noi­te nos dois gols. O pri­mei­ro foi de Ger­mán Cano, jus­ta­men­te quem deu lugar a Fred na eta­pa final. O segun­do gol saiu dos pés do tam­bém ata­can­te Matheus Mar­tins.

Aos 37 minu­tos, usan­do a bra­ça­dei­ra de capi­tão, Fred bri­gou pela bola na esquer­da, mas a ten­ta­ti­va de cru­za­men­to explo­diu na defe­sa. Dois minu­tos depois, o vete­ra­no recla­mou, em tom de brin­ca­dei­ra, com o ata­can­te Caio Pau­lis­ta, que bateu cru­za­do ren­te à meta do Cea­rá. Aos 40, o cen­tro­a­van­te apa­re­ceu na pró­pria área para aju­dar a zaga a afas­tar o escan­teio bati­do pelo meia Vina. A todo ins­tan­te, os com­pa­nhei­ros bus­ca­vam o ído­lo para aju­dá-lo a se des­pe­dir com gol, o que não acon­te­ceu.

Festa e emoção no fim do jogo

Nos acrés­ci­mos, o zaguei­ro Luís Otá­vio ain­da des­con­tou para o Cea­rá: 2x1. Nada, porém, que inter­fe­ris­se na fes­ta. O api­to final do árbi­tro Luiz Flá­vio de Oli­vei­ra deu iní­cio às home­na­gens. Pri­mei­ro, Fred subiu em uma bici­cle­ta para dar uma vol­ta olím­pi­ca no Mara­ca­nã, em refe­rên­cia à vol­ta dele ao Flu­mi­nen­se, em 2020, quan­do peda­lou de Belo Hori­zon­te (ele defen­dia o Cru­zei­ro) até o Rio de Janei­ro. Em segui­da, colo­cou os pés na cal­ça­da da fama do está­dio e assis­tiu a víde­os com men­sa­gens de joga­do­res e fun­ci­o­ná­ri­os do clu­be.

“Em 2009 [quan­do o Flu­mi­nen­se esca­pou da que­da à Série B do Bra­si­lei­ro], foi como um títu­lo para a gen­te. Todos nos deram como rebai­xa­dos. Vocês [tor­ce­do­res] lota­ram o Mara­ca­nã e nos reer­gue­ram. For­ma­mos o time cam­peão de 2010, vice em 2011 e cam­peão em 2012. [Vocês me] deram a opor­tu­ni­da­de de ser cam­peão com a Sele­ção Bra­si­lei­ra nes­se está­dio [em 2013, na Copa das Con­fe­de­ra­ções]. Em 2014 [após a Copa do Mun­do no Bra­sil], foi o momen­to pro­fis­si­o­nal mais difí­cil da minha vida. Todos fala­ram que eu esta­va aca­ba­do, menos vocês. Em 2019, esta­va com a deci­são de parar. Tinha engor­da­do oito qui­los. Só vocês me esco­lhe­ram de novo”, decla­rou Fred, no gra­ma­do, antes de enal­te­cer o elen­co tri­co­lor.

“Tenho cer­te­za que esse time será cam­peão esse ano. Não falo pelo que esta­mos jogan­do, mas pelo tan­to que vocês [joga­do­res] tra­ba­lham, guer­rei­ros. Fer­nan­do [Diniz, téc­ni­co do Flu], obri­ga­do por tudo que você está fazen­do, todos os joga­do­res”, com­ple­tou o ído­lo do Flu­mi­nen­se, que foi para os bra­ços da tor­ci­da ao final da home­na­gem.

Fred em números

A cami­sa gre­ná é a que Fred mais ves­tiu. O jogo com o Cea­rá foi o 382º pelo Flu­mi­nen­se, clu­be pelo qual mar­cou 199 gols e do qual é o mai­or arti­lhei­ro em par­ti­das ofi­ci­ais, além de ser o segun­do na his­tó­ria — Wal­do, ata­can­te dos anos 50, balan­çou as redes 319 vezes. Foram duas pas­sa­gens pelas Laran­jei­ras. Na pri­mei­ra, entre 2009 e 2016, além dos títu­los naci­o­nais, ele foi cam­peão cari­o­ca em 2012. O retor­no se deu em 2020, com o tro­féu do Esta­du­al des­te ano sen­do o últi­mo da car­rei­ra.

Reve­la­do pelo Amé­ri­ca-MG, em 2003, Fred tam­bém defen­deu Cru­zei­ro, Atlé­ti­co-MG e Lyon (Fran­ça). No Cru­zei­ro, ele foi bicam­peão minei­ro (2018 e 2019) e ven­ceu a Copa do Bra­sil de 2018, todos na segun­da pas­sa­gem pelo clu­be celes­te (a pri­mei­ra foi entre 2004 e 2005). No Galo, obte­ve o títu­lo esta­du­al de 2017. Na Euro­pa, foi três vezes cam­peão fran­cês (2005/06, 2006/07 e 2007/08) e ergueu o tro­féu da Copa da Fran­ça de 2008.

Fred encer­rou a car­rei­ra como o mai­or arti­lhei­ro do Cam­pe­o­na­to Bra­si­lei­ro na era dos pon­tos cor­ri­dos (des­de 2003) e o segun­do na his­tó­ria da com­pe­ti­ção, com 158 gols, atrás somen­te de Rober­to Dina­mi­te, do Vas­co (190). Ele é, tam­bém, o gole­a­dor máxi­mo da Copa do Bra­sil, com 37 gols, um a mais que Romá­rio.

Pela Sele­ção Bra­si­lei­ra, Fred fez 40 par­ti­das e 18 gols. Três estão entre os mais mar­can­tes da car­rei­ra. Um deles deci­diu a vitó­ria – 2x0 — sobre a Aus­trá­lia, na pri­mei­ra fase da Copa do Mun­do de 2006, na Ale­ma­nha. Os outros dois foram ano­ta­dos na final da Copa das Con­fe­de­ra­ções – 3x0 — sobre a Espa­nha, no Mara­ca­nã.

Goiás vence o Athletico-PR

Em outra par­ti­da de sába­do pelo Bra­si­lei­rão, o Goiás ven­ceu o Ath­le­ti­co-PR no está­dio da Ser­ri­nha, em Goi­â­nia, por 2 a 1. Os ata­can­tes Pedro Raul e Níco­las balan­ça­ram as redes para o time goi­a­no, enquan­to o meia David Terans mar­cou para o Fura­cão, que per­deu a chan­ce de assu­mir a lide­ran­ça pro­vi­só­ria e vol­tou a ser der­ro­ta­do após qua­se dois meses invic­to.

Os para­na­en­ses caí­ram para o ter­cei­ro lugar, com os mes­mos 27 pon­tos do Flu­mi­nen­se, fican­do atrás pelo sal­do de gols e ain­da podem ser ultra­pas­sa­dos por Atlé­ti­co-MG, Corinthi­ans e Inter­na­ci­o­nal na sequên­cia da roda­da. A equi­pe goi­a­na avan­çou seis posi­ções na clas­si­fi­ca­ção e apa­re­ce em 11º, com 20 pon­tos, afas­tan­do-se da zona de rebai­xa­men­to.

 

Edi­ção: Kle­ber Sam­paio

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