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Anticorpos de infecção anterior não impedem doença por Ômicron

Repro­du­ção: © REUTERS/Denis Balibouse/Direitos Reser­va­dos

Afirmação é de pesquisadora de Instituto de Doenças da África do Sul


Publi­ca­do em 02/12/2021 — 13:19 Por RTP — Gene­bra

RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Os anti­cor­pos resul­tan­tes de uma pri­mei­ra infec­ção de covid-19 não impe­dem uma pes­soa de con­trair nova­men­te a doen­ça com a vari­an­te Ômi­cron, afir­mou hoje (2) a pes­qui­sa­do­ra Anne von Gott­ber, na entre­vis­ta cole­ti­va vir­tu­al sema­nal do escri­tó­rio da Orga­ni­za­ção Mun­di­al da Saú­de (OMS) na Áfri­ca.

“Acre­di­ta­mos que a infec­ção ante­ri­or não pro­te­ge con­tra a Ômi­cron”, dis­se Anne, espe­ci­a­lis­ta em doen­ças infec­ci­o­sas do Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Doen­ças Trans­mis­sí­veis da Áfri­ca do Sul.

Há ain­da mui­tas incóg­ni­tas sobre essa nova for­ma do coro­na­ví­rus, anun­ci­a­da na sema­na pas­sa­da, que tem 32 muta­ções, incluin­do o seu poten­ci­al de pro­pa­ga­ção e a sua resis­tên­cia às vaci­nas.

A inves­ti­ga­ção está ape­nas come­çan­do, mas as obser­va­ções ini­ci­ais suge­rem que pes­so­as ante­ri­or­men­te infec­ta­das podem ter sido víti­mas da for­ma mutan­te do vírus, mui­tas vezes com sin­to­mas menos gra­ves, dis­se ela.

A vari­an­te, pre­sen­te até ago­ra em pelo menos 22 paí­ses — segun­do a OMS -, foi detec­ta­da ini­ci­al­men­te na Áfri­ca do Sul e em Bot­su­a­na e rela­ta­da em mais dois paí­ses afri­ca­nos — Gana e Nigé­ria.

O núme­ro de casos ofi­ci­ais de covid-19 no con­ti­nen­te aumen­tou 54% nos últi­mos sete dias, até 30 de novem­bro, em com­pa­ra­ção com o mes­mo perío­do ante­ri­or, devi­do ao aumen­to expo­nen­ci­al de infec­ções na Áfri­ca do Sul. A pre­vi­são é que exce­da 10 mil casos nas pró­xi­mas 24 horas, de acor­do com a OMS Áfri­ca.

O núme­ro de casos de infec­ção dimi­nuiu em todas as outras sub-regiões.

Há 15 dias, a Áfri­ca do Sul regis­tra­va cer­ca de 300 casos por dia. Na quar­ta-fei­ra (1º), o país comu­ni­cou 8.561 novos casos, con­tra 4.373 no dia ante­ri­or.

Nes­ta fase, “não sabe­mos de onde vem a vari­an­te”, dis­se o espe­ci­a­lis­ta da OMS Ambro­se Tali­su­na.

Depois do anún­cio da detec­ção da nova vari­an­te B.1.1.529 na sema­na pas­sa­da, deno­mi­na­da Ômi­cron, a Áfri­ca do Sul e o con­jun­to dos paí­ses vizi­nhos da Áfri­ca Aus­tral foram alvo de proi­bi­ções de via­gem por par­te de mui­tas nações.

A OMS rei­te­rou hoje o seu ape­lo à sus­pen­são das res­tri­ções, que con­si­de­ra “injus­tas” e sem qual­quer jus­ti­fi­ca­ção cien­tí­fi­ca.

“A detec­ção e a comu­ni­ca­ção da nova vari­an­te por par­te de Bot­su­a­na e da Áfri­ca do Sul mobi­li­zou o mun­do. Temos uma jane­la de opor­tu­ni­da­de, mas temos de agir rapi­da­men­te e aumen­tar as medi­das de detec­ção e pre­ven­ção”, afir­mou Matshi­di­so Moe­ti, dire­to­ra regi­o­nal da OMS para Áfri­ca, cita­da em comu­ni­ca­do da orga­ni­za­ção, divul­ga­do após a cole­ti­va.

“Os paí­ses devem ajus­tar a sua res­pos­ta à covid-19 e impe­dir que um sur­to de casos se espa­lhe por toda a Áfri­ca e sobre­car­re­gue even­tu­al­men­te ins­ta­la­ções de saú­de já satu­ra­das”, acres­cen­tou.

A Áfri­ca do Sul e Bot­su­a­na são res­pon­sá­veis por 62% dos casos de infec­ção com a Ômi­cron, ten­do rela­ta­do, res­pec­ti­va­men­te, 172 e 19 casos.

A nova vari­an­te tem ele­va­do núme­ro de muta­ções (32) na sua pro­teí­na spi­ke, e os ensai­os labo­ra­to­ri­ais pre­li­mi­na­res suge­rem ris­co de rein­fe­ção, quan­do com­pa­ra­da com outras vari­an­tes pre­o­cu­pan­tes

Cien­tis­tas da Áfri­ca do Sul e região “estão inten­si­fi­can­do as pes­qui­sas para com­pre­en­der a trans­mis­si­bi­li­da­de, gra­vi­da­de e impac­to da Ômi­cron em rela­ção às vaci­nas, diag­nós­ti­cos e tra­ta­men­tos dis­po­ní­veis e se ela é res­pon­sá­vel pelo mais recen­te sur­to de infec­ções de covid-19”, acres­cen­ta o comu­ni­ca­do da OMS Áfri­ca.

Sobre os dados da doen­ça na região da Áfri­ca Aus­tral, que regis­tra um sur­to, a Áfri­ca do Sul é a prin­ci­pal res­pon­sá­vel por essa nova cur­va ascen­den­te das infec­ções, ten­do noti­fi­ca­do um aumen­to de 311% de novos casos nos sete dias ante­ri­o­res a 30 de novem­bro, em com­pa­ra­ção com o mes­mo perío­do ante­ri­or.

Os casos de infec­ção em Gau­teng, a pro­vín­cia mais popu­lo­sa do país, aumen­ta­ram 375% de uma sema­na para a outra. As admis­sões hos­pi­ta­la­res aumen­ta­ram 4,2% nos últi­mos sete dias, em com­pa­ra­ção com os sete dias ante­ri­o­res. E as mor­tes rela­ci­o­na­das com a covid-19 na pro­vín­cia sal­ta­ram 28,6%, tam­bém em com­pa­ra­ção com os sete dias ante­ri­o­res.

A OMS envi­ou uma equi­pe de emer­gên­cia para a pro­vín­cia de Gau­teng, a fim de apoi­ar medi­das de vigi­lân­cia, ras­treio de con­ta­tos, pre­ven­ção de infec­ções e tra­ta­men­to.

Bot­su­a­na está aumen­tan­do a pro­du­ção e dis­tri­bui­ção de oxi­gê­nio, essen­ci­ais para o tra­ta­men­to de doen­tes em esta­do crí­ti­co.

Outros epi­de­mi­o­lo­gis­tas e peri­tos labo­ra­to­ri­ais foram tam­bém mobi­li­za­dos para impul­si­o­nar a sequen­ci­a­ção gené­ti­ca de amos­tras em Bot­su­a­na, Moçam­bi­que e na Namí­bia.

A OMS mobi­li­zou US$ 12 milhões para apoi­ar ati­vi­da­des de res­pos­ta crí­ti­ca em paí­ses de toda a região, duran­te os pró­xi­mos três meses.

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