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Rússia: brasileiros relatam situação na região de conflito

Repro­du­ção: © Reutes/Umit Bektas/Direitos Reser­va­dos

Um dos brasileiros está em território russo e outro, na Ucrânia


Publi­ca­do em 26/02/2022 — 18:35 Por Cami­la Maci­el — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — São Pau­lo

Agên­cia Bra­sil con­ver­sou com dois bra­si­lei­ros que estão na região do con­fli­to de Rús­sia e Ucrâ­nia. A per­cep­ção deles — um em ter­ri­tó­rio rus­so e outro na Ucrâ­nia — é dife­ren­te. Hoje (26), a For­ça Aérea Bra­si­lei­ra (FAB) anun­ci­ou a pron­ti­dão de dois aviões mul­ti­mis­são KC-390 Mil­le­nium para um pos­sí­vel trans­por­te de bra­si­lei­ros eva­cu­a­dos da Ucrâ­nia.

Mari­an­na tem naci­o­na­li­da­de ucra­ni­a­na e mora­va no país há dois anos. “Atu­al­men­te estou em Cra­có­via, na Polô­nia, por ori­en­ta­ção da minha empre­sa e pelos ris­cos da guer­ra”, rela­tou. Ela dei­xou o país no dia 15. Mari­an­na con­ta que os pais, ucra­ni­a­nos, estão no Bra­sil, mas o irmão, a cunha­da e o sobri­nho ain­da estão em Kiev. “Bas­tan­te apa­vo­ra­dos”, dis­se.

Segun­do Mari­an­na Petrov­na, os fami­li­a­res dela estão abri­ga­dos em casa, espe­ci­al­men­te na par­te de bai­xo, onde é mais segu­ro em caso de bom­bar­deio. “Vejo víde­os de tiro­tei­os, bom­bar­dei­os e ata­ques o tem­po todo. Mui­tas cida­des e bair­ros estão sen­do for­te­men­te ata­ca­dos.” Ela afir­mou que há rela­tos de bra­si­lei­ros pre­sos na fron­tei­ra com a Polô­nia.

Em São Peters­bur­go, na Rús­sia, está o estu­dan­te bra­si­lei­ro Túlio Bun­der. “Come­cei meu mes­tra­do em polí­ti­ca com­pa­ra­da da Eurá­sia, no meio do ano em 2020, então meus estu­dos esta­vam sen­do onli­ne, do Bra­sil. Quan­do abriu a fron­tei­ra para estu­dan­tes, eu vim para cá, no come­ço de janei­ro. Estou aqui faz um mês e quin­ze dias”, dis­se.

Túlio rela­ta que não tem con­ta­tos com bra­si­lei­ros no país, ape­nas com outros estu­dan­tes estran­gei­ros da Amé­ri­ca Lati­na, que são vene­zu­e­la­nos. “Nes­te momen­to, não há nenhum cli­ma de ten­são, no sen­ti­do de pâni­co, den­tro da comu­ni­da­de dos estu­dan­tes. Óbvio que há cer­ta pre­o­cu­pa­ção com o que pode vir a acon­te­cer, a gen­te não sabe ain­da”, apon­tou.

Túlio rela­ta que, embo­ra o con­fli­to já esti­ves­se sen­do dese­nha­do há bas­tan­te tem­po, não havia mui­ta cren­ça de que os bom­bar­dei­os come­ça­ri­am. “Nin­guém bota­va mui­ta fé aqui, então, nes­se sen­ti­do, foi algo, vamos dizer assim, não ines­pe­ra­do, mas mui­ta gen­te duvi­da­va que have­ria tal con­fli­to, nes­ses níveis, nes­sas pro­por­ções”, con­tou à Agên­cia Bra­sil.

Na per­cep­ção do estu­dan­te, os rus­sos têm “rea­gi­do de uma for­ma sur­pre­en­den­te cal­ma”. “Esti­ve no mer­ca­do [na quin­ta-fei­ra], em um gran­de super­mer­ca­do, esti­ve no cen­tro da cida­de. A impres­são que eu tive é basi­ca­men­te de um dia nor­mal, cla­ro com algu­mas peque­nas alte­ra­ções, mas mui­to irri­só­rio, mui­to peque­no mes­mo, com­pa­ra­do com a dinâ­mi­ca da cida­de.”

Túlio citou, entre as movi­men­ta­ções que pode­ri­am fugir da nor­ma­li­da­de, uma mai­or pre­sen­ça de poli­ci­ais. “Isso foi o que eu pude ver, não vi nenhu­ma gran­de mobi­li­za­ção popu­lar, o que eu vi foram via­tu­ras indo de um lado para o outro. O que tam­bém pode ser inter­pre­ta­do como ques­tão de pro­tes­tos locais, mas tam­bém com pre­o­cu­pa­ção de ata­ques e sabo­ta­gens inter­nas, exis­te tam­bém essa pre­o­cu­pa­ção.”

Ele des­ta­ca ain­da que, entre as apre­en­sões que tem ouvi­do de cole­gas, uma delas é a ques­tão econô­mi­ca. “Por cau­sa das pos­sí­veis novas san­ções e dos impac­tos macro­e­conô­mi­cos que podem sur­gir no médio e lon­go pra­zo.”

Edi­ção: Maria Clau­dia

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