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Saiba quais são as formas de deduzir Imposto de Renda

Repro­du­ção: © Joéd­son Alves/Agência Bra­sil

Veículos da EBC publicam Tira-Dúvidas do IR 2023


Publi­ca­do em 23/05/2023 — 10:06 Por Edgard Mat­su­ki — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

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Um dos pon­tos que o con­tri­buin­te deve pres­tar mais aten­ção na hora da decla­ra­ção do Impos­to de Ren­da está rela­ci­o­na­do aos gas­tos pas­sí­veis de dedu­ção. Seja para con­se­guir um valor de res­ti­tui­ção mais robus­to ou para redu­zir o valor a ser pago à Recei­ta Fede­ral.

Ape­sar de útil, a decla­ra­ção de gas­tos dedu­tí­veis exi­ge aten­ção a regras espe­cí­fi­cas. Para elu­ci­dar as prin­ci­pais dúvi­das sobre dedu­ção, o pro­fes­sor de Ciên­ci­as Con­tá­beis do Cen­tro Uni­ver­si­tá­rio do Dis­tri­to Fede­ral Deyp­son Car­va­lho res­pon­deu a ques­tões fei­tas a veí­cu­los da EBC por ouvin­tes da Radi­o­a­gên­cia Naci­o­nal e lei­to­res da Agên­cia Bra­sil.

O con­teú­do de hoje faz par­te de uma série espe­ci­al sobre a decla­ra­ção do Impos­to de Ren­da 2023. Na Agên­cia Bra­sil, já foram publi­ca­mos maté­ri­as sobre como come­çar a decla­ra­çãocomo decla­rar ren­di­men­tos e como fazer a decla­ra­ção cor­re­ta de ganhos e gas­tos com imó­veis. Na Radi­o­a­gên­cia Naci­o­nal, lis­ta­mos 31 per­gun­tas e res­pos­tas sobre o assun­to. Para ouvir as res­pos­tas, cli­que nos players abai­xo.

Cli­que aqui para ler e ouvir a série com­ple­ta Tira-Dúvi­das do IR 2023

Quais são as formas de deduzir o valor pago no Imposto de Renda?

Para enten­der como dedu­zir o Impos­to de Ren­da, é pre­ci­so enten­der quais são os gas­tos pas­sí­veis de dedu­ção. O pro­fes­sor Deyp­son Car­va­lho expli­ca que o valor dedu­tí­vel depen­de, pri­mei­ra­men­te, do tipo de tri­bu­ta­ção esco­lhi­do.

O mode­lo mais sim­ples é o de “des­con­to sim­pli­fi­ca­do”. “O pro­gra­ma da decla­ra­ção uti­li­za­rá o des­con­to de 20% do valor de ren­di­men­tos tri­bu­tá­veis, limi­ta­do ao total de R$16.754,34, em subs­ti­tui­ção a todas as dedu­ções legais”, diz. Deyp­son apon­ta, inclu­si­ve, que este des­con­to não tem neces­si­da­de de com­pro­va­ção docu­men­tal.

A outra opção é o mode­lo de tri­bu­ta­ção por “dedu­ções legais”. Ao con­trá­rio do que ocor­re no “des­con­to sim­pli­fi­ca­do”, a com­pro­va­ção com os gas­tos dedu­tí­veis é neces­sá­ria. As regras tam­bém são mais com­ple­xas. Os gas­tos dedu­tí­veis nes­te mode­lo são os seguin­tes:

  • R$2.275,08 por depen­den­te
  • O valor pago inte­gral­men­te a títu­lo de pen­são ali­men­tí­cia judi­ci­al
  • Des­pe­sas com edu­ca­ção com valor limi­ta­do a R$3.561,50 por pes­soa
  • Gas­tos inte­grais pagos a médi­cos, hos­pi­tais, clí­ni­cas, labo­ra­tó­ri­os, pla­nos de saú­de e pre­vi­dên­cia ofi­ci­al.
  • Gas­tos com pre­vi­dên­cia com­ple­men­tar no limi­te de até 12% do total dos ren­di­men­tos tri­bu­tá­veis.

Todas as regras se apli­cam aos depen­den­tes e côn­ju­ge ou com­pa­nhei­ro para os casos de decla­ra­ção em con­jun­to ou sepa­ra­do.

Quais gastos com educação são passíveis de restituição?

Os gas­tos com edu­ca­ção do titu­lar, depen­den­tes e ali­men­tan­dos é uma das for­mas de se dedu­zir Impos­to de Ren­da. Porém, há algu­mas regras que dei­xam as pes­so­as com dúvi­das. Uma des­tas pes­so­as é o lei­tor Edmil­son Mar­tins Juni­or. “Sem­pre fico na dúvi­da com rela­ção a ins­ti­tui­ções de ensi­no e qual o tipo de empre­sa que pode entrar no pro­ces­so de res­ti­tui­ção. Cur­sos de pré-ves­ti­bu­lar ou de idi­o­mas entram?”, per­gun­ta.

De acor­do com o pro­fes­sor Deyp­son Car­va­lho, a lis­ta de gas­tos com edu­ca­ção dedu­tí­veis no IR é a seguin­te: a edu­ca­ção infan­til (com­pre­en­den­do as cre­ches e as pré-esco­las), o ensi­no fun­da­men­tal, o ensi­no médio, a edu­ca­ção supe­ri­or (com­pre­en­den­do os cur­sos de gra­du­a­ção e de pós-gra­du­a­ção) e a edu­ca­ção pro­fis­si­o­nal (com­pre­en­den­do o ensi­no téc­ni­co e o tec­no­ló­gi­co).

“Não podem ser dedu­zi­dos os gas­tos rela­ti­vos, den­tre outros, a cur­sos pre­pa­ra­tó­ri­os para con­cur­sos e/ou ves­ti­bu­la­res; aulas de idi­o­mas, outros cur­sos e aqui­si­ção de uni­for­mes livros e outros”, diz o pro­fes­sor.

O limi­te anu­al indi­vi­du­al da dedu­ção de des­pe­sas com ins­tru­ção é de R$ 3.561,50 por pes­soa (titu­lar depen­den­te ou ali­men­tan­do). “O valor dos gas­tos que ultra­pas­sar esse limi­te não pode ser apro­vei­ta­do nem mes­mo para com­pen­sar gas­tos de valor infe­ri­or a R$ 3.561,50 efe­tu­a­dos com o pró­prio decla­ran­te ou com outro dependente/alimentando”, expli­ca.

Na Decla­ra­ção de Ajus­te Anu­al deve ser infor­ma­do o valor total pago para cada ins­ti­tui­ção de edu­ca­ção, mes­mo que seja supe­ri­or ao limi­te anu­al de dedu­ção. Des­sa for­ma, o cam­po “Par­ce­la não dedutível/valor reem­bol­sa­do” deve ser pre­en­chi­do no caso de haver des­pe­sas de ins­tru­ção não dedu­tí­veis.

Como declarar e deduzir despesas médicas?

Ao con­trá­rio dos gas­tos com edu­ca­ção, as des­pe­sas médi­cas não têm limi­ta­ção de valor na dedu­ção do Impos­to de Ren­da. A úni­ca regra é que os paga­men­tos devem ser rela­ti­vos a tra­ta­men­tos do titu­lar, depen­den­tes ou, ain­da, ali­men­tan­dos (des­de que o gas­to com saú­de ocor­ra em decor­rên­cia de deci­são judi­ci­al). Os gas­tos pas­sí­veis de dedu­ção são os seguin­tes:

  • Médi­cos, den­tis­tas, psi­có­lo­gos, fisi­o­te­ra­peu­tas, tera­peu­tas ocu­pa­ci­o­nais, fono­au­dió­lo­gos, hos­pi­tais, com exa­mes labo­ra­to­ri­ais e ser­vi­ços radi­o­ló­gi­cos, apa­re­lhos orto­pé­di­cos e pró­te­ses orto­pé­di­cas e den­tá­ri­as;
  • Paga­men­tos a empre­sas domi­ci­li­a­das no Bra­sil des­ti­na­das à cober­tu­ra de des­pe­sas com hos­pi­ta­li­za­ção, cui­da­dos médi­cos e den­tá­ri­os e a enti­da­des que asse­gu­rem direi­to de aten­di­men­to ou res­sar­ci­men­to des­tas des­pe­sas;
  • Paga­men­tos fei­tos ao esta­be­le­ci­men­to geriá­tri­co qua­li­fi­ca­do como hos­pi­tal, nos ter­mos da legis­la­ção espe­cí­fi­ca; aos esta­be­le­ci­men­tos espe­ci­a­li­za­dos rela­ti­vos à ins­tru­ção de pes­soa com defi­ci­ên­cia físi­ca ou men­tal e à empre­sa ou enti­da­de onde o con­tri­buin­te tra­ba­lhe, ou a fun­da­ção, cai­xa e soci­e­da­de de assis­tên­cia, no caso de a enti­da­de man­ter con­vê­nio dire­to para cobrir total ou par­ci­al­men­te tais des­pe­sas.

É pre­ci­so que estes gas­tos sejam com­pro­va­dos. “Os paga­men­tos das des­pe­sas médi­cas são com­pro­va­dos medi­an­te docu­men­tos con­ten­do o nome, ende­re­ço e, no caso de bene­fi­ciá­rio (pes­soa ou empre­sa a quem efe­tu­ou paga­men­tos) resi­den­te ou domi­ci­li­a­do no Bra­sil, o seu núme­ro de ins­cri­ção no CPF ou no CNPJ, poden­do ser subs­ti­tuí­do por che­que nomi­na­ti­vo ao bene­fi­ciá­rio, de sua pró­pria emis­são, do côn­ju­ge ou do depen­den­te”, diz Deyp­son.

Para a pes­soa com defi­ci­ên­cia físi­ca ou men­tal, são exi­gi­dos lau­do médi­co ates­tan­do o esta­do de defi­ci­ên­cia e com­pro­va­ção de paga­men­to a enti­da­des espe­ci­a­li­za­das para esse fim.  No caso de apa­re­lhos e pró­te­ses orto­pé­di­cos e pró­te­ses den­tá­ri­as, são exi­gi­dos o recei­tuá­rio médi­co ou odon­to­ló­gi­co e a nota fis­cal em nome do bene­fi­ciá­rio. Se a des­pe­sa médi­ca se refe­rir a depen­den­te ou ali­men­tan­do, o con­tri­buin­te deve­rá infor­mar na decla­ra­ção, ficha de Paga­men­tos Efe­tu­a­dos, o nome do depen­den­te ou ali­men­tan­do bene­fi­ci­a­do.

Como deduzir IR por meio de doações?

Uma for­ma de se dedu­zir o Impos­to de Ren­da é por meio de alguns tipos de doa­ções. O lei­tor Pier­ry Bós tem, inclu­si­ve, uma dúvi­da sobre isso: “Sem­pre tenho dúvi­da quan­do vou fazer minha decla­ra­ção sobre que tipos de doa­ções podem ser aba­ti­das? Por exem­plo, você aju­da alguém com uma ces­ta bási­ca ou mes­mo paga o dízi­mo à igre­ja: essas coi­sas podem ser aba­ti­das no Impos­to de Ren­da?”, per­gun­ta.

A res­pos­ta ao Pier­ry Bós é não. Na rea­li­da­de, as doa­ções pas­sí­veis de dedu­ção no IR são as fei­tas a fun­dos dos Direi­tos da Cri­an­ça e do Ado­les­cen­te e da Pes­soa Ido­sa Naci­o­nal, dis­tri­tal, esta­du­ais e muni­ci­pais ou doa­ções e patro­cí­ni­os efe­tu­a­dos a pro­gra­mas de incen­ti­vo à cul­tu­ra, à ati­vi­da­de de audi­o­vi­su­al e ao des­por­to.

“A legis­la­ção não per­mi­te a dedu­ção de doa­ções efe­tu­a­das dire­ta­men­te a enti­da­des assis­ten­ci­ais. Doa­ções fei­tas, por exem­plo, por meio de dízi­mo e ces­tas bási­cas não estão pre­vis­tas na legis­la­ção fede­ral para serem redu­zi­das da base de cál­cu­lo do IR e nem do impos­to devi­do”, expli­ca.

O soma­tó­rio da dedu­ção está limi­ta­do a 6% do impos­to devi­do apu­ra­do na decla­ra­ção. Este limi­te é cal­cu­la­do pelo pró­prio pro­gra­ma e a dedu­ção só se apli­ca à decla­ra­ção em que o con­tri­buin­te optar pelas dedu­ções legais.

As doa­ções efe­tu­a­das dire­ta­men­te na decla­ra­ção aos fun­dos dos direi­tos da cri­an­ça e do ado­les­cen­te, devem ser infor­ma­das na ficha “Doa­ções Dire­ta­men­te na Decla­ra­ção”, na aba “Cri­an­ça e Ado­les­cen­te”.

Para ler e ouvir todas as maté­ri­as da série Tira-Dúvi­das do IR 2023, aces­se a pági­na do espe­ci­al.

Edi­ção: Kelly Oli­vei­ra

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