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Apenas uma em quatro pessoas com deficiência conclui o ensino básico

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Entre pessoas sem deficiência, a proporção é de duas em quatro


Pub­li­ca­do em 07/07/2023 — 10:02 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A pro­porção de pes­soas com defi­ciên­cia, com 25 anos ou mais, que con­cluem a edu­cação bási­ca (ensi­nos fun­da­men­tal e médio) é de 25,6%, ou uma em qua­tro. A con­clusão é do estu­do espe­cial sobre defi­ciên­cia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con­tínua (Pnad Con­tínua), real­iza­do no ter­ceiro trimestre de 2022, pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE). 

Entre as pes­soas sem defi­ciên­cia, o per­centu­al de pes­soas que con­cluem a edu­cação bási­ca é de 57,3%. “A gente tem uma dis­crepân­cia grande”, afir­ma a pesquisado­ra Luciana Alves dos San­tos.

Em relação ao sexo, o per­centu­al de mul­heres com defi­ciên­cia que encer­ram eta­pa edu­ca­cional é de 26,5%, aci­ma dos home­ns (24,4%).

A pesquisa tam­bém con­sta­tou que a parcela de alunos com defi­ciên­cia na série ade­qua­da para sua idade é menor do que entre aque­les sem defi­ciên­cia, em todas as eta­pas esco­lares. A dis­crepân­cia é menor no primeiro ciclo do ensi­no fun­da­men­tal, com per­centu­ais de 89,3% e 93,9%.

Mas a defasagem aumen­ta com o tem­po. No ensi­no médio, por exem­p­lo,  aque­les com defi­ciên­cia na série cor­re­ta são 54,4%, enquan­to os sem defi­ciên­cia são 70,3%.

“Isso reflete um acú­mu­lo de estu­dantes que estão com atra­so [em relação à idade-série]. Tem questões sobre aces­si­bil­i­dade da sala aula, de [a esco­la] ter recur­sos, ser inclu­si­va”, afir­ma a pesquisado­ra Maira Bon­na Lenzi.

Segun­do ela, é pre­ciso enten­der o que está difi­cul­tan­do a manutenção dess­es alunos na esco­la e em sua série ade­qua­da. A taxa de anal­fa­betismo é tam­bém bem maior entre as pes­soas com defi­ciên­cia, chegan­do a ser quase o quín­tu­p­lo daque­la entre os sem defi­ciên­cia (19,5% con­tra 4,1%).

Deficiências

As defi­ciên­cias foram reg­istradas através de entre­vis­tas feitas pelos téc­ni­cos do IBGE, nas quais foram con­sid­er­adas oito tipos de difi­cul­dades: de ver, ouvir, de se comu­nicar, de andar ou subir degraus, de lev­an­tar uma gar­rafa de água de dois litros, de pegar obje­tos pequenos (ou abrir e fechar recip­i­entes), de apren­der (ou se lem­brar e se con­cen­trar) e realizar cuida­dos pes­soais.

Cer­ca de 18,6 mil­hões de pes­soas, ou 8,9% da pop­u­lação brasileira com dois anos ou mais de idade, declar­ou ter algum tipo de defi­ciên­cia. Entre as mul­heres, são 10%. Entre os home­ns, 7,7%. Entre as regiões brasileiras, o Nordeste se desta­cou, com 10,3%, a úni­ca com per­centu­al mais diver­gente da média nacional.

As defi­ciên­cias relatadas mais comuns são as difi­cul­dades de andar ou subir degraus (3,6%), de enx­er­gar (3,1%) e de apren­der ou se lem­brar das coisas (2,6%). Cer­ca de 5,5% dos entre­vis­ta­dos declararam ter ape­nas uma defi­ciên­cia, enquan­to 3,4% dis­ser­am ter duas ou mais.

Edição: Valéria Aguiar

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