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Ataque a hospitais de Gaza dificulta saída de brasileiros

Repro­du­ção: © Reuters/Evelyn Hocks­tein

Estrangeiros só deixarão região após retirada de palestinos feridos


Publi­ca­do em 10/11/2023 — 16:41 Por Lucas Por­deus León — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

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Ata­ques aére­os de Isra­el atin­gi­ram ao menos três hos­pi­tais na Fai­xa de Gaza nes­ta sex­ta-fei­ra (10), segun­do infor­mes do Minis­té­rio da Saú­de local e da Soci­e­da­de do Cres­cen­te Ver­me­lho Pales­ti­no (PRCS). Como a saí­da dos bra­si­lei­ros e demais estran­gei­ros está con­di­ci­o­na­da à trans­fe­rên­cia dos feri­dos da Fai­xa de Gaza ao Egi­to, os con­fron­tos em tor­no dos hos­pi­tais podem difi­cul­tar a logís­ti­ca para saí­da das ambu­lân­ci­as.  

Entre os hos­pi­tais ata­ca­dos nes­ta sex­ta-fei­ra está o mai­or da Fai­xa de Gaza, o Al-Shi­va, que fica na cida­de de Gaza. “As for­ças de ocu­pa­ção isra­e­len­ses ata­ca­ram o Com­ple­xo Médi­co Al-Shi­fa cin­co vezes con­se­cu­ti­vas e ain­da têm como alvo as pro­xi­mi­da­des do hos­pi­tal”, infor­mou a enti­da­de pales­ti­na.

Em uma rede soci­al, o secre­tá­rio-geral da ONU para Assun­tos Huma­ni­tá­ri­os, Mar­tin Grif­fiths, comen­tou sobre os “rela­tos hor­rí­veis” que estão che­gan­do sobre o ata­que ao Al-Shi­va e des­ta­cou que as vidas de milha­res de paci­en­tes, fun­ci­o­ná­ri­os e civis des­lo­ca­dos, estão em ris­co.

“Ao abri­go do direi­to huma­ni­tá­rio inter­na­ci­o­nal, os hos­pi­tais devem ser pro­te­gi­dos. Como já dis­se antes, os atos de guer­ra em luga­res pro­te­gi­dos devem parar. Na ver­da­de, eles nun­ca devem acon­te­cer”, afir­mou.

De acor­do com o direi­to huma­ni­tá­rio inter­na­ci­o­nal, ata­car uni­da­des de saú­de con­fi­gu­ra cri­me de guer­ra.

Tam­bém nes­ta sex­ta-fei­ra, a PRCS infor­mou em uma rede soci­al que “as for­ças de ocu­pa­ção isra­e­len­ses abri­ram fogo con­tra a uni­da­de de tera­pia inten­si­va do hos­pi­tal Al-Quds”. O hos­pi­tal Al-Quds, na cida­de de Gaza, está sob os cui­da­dos des­sa orga­ni­za­ção.

“Um már­tir e 28 feri­dos entre os des­lo­ca­dos no Hos­pi­tal Al-Quds, a mai­o­ria cri­an­ças, com dois deles em esta­do crí­ti­co devi­do aos ati­ra­do­res de eli­te da ocu­pa­ção que visa­vam o hos­pi­tal. Além dis­so, há feri­men­tos cau­sa­dos ​​por esti­lha­ços de arti­lha­ria a oes­te do hos­pi­tal”, publi­cou hoje o PRCS.

Isra­el tem defen­di­do que o gru­po Hamas cons­trói túneis embai­xo das uni­da­des da saú­de, colo­can­do os civis em ris­co. Todos esses hos­pi­tais ficam na par­te nor­te do encla­ve pales­ti­no, onde Isra­el infor­ma que tem con­cen­tra­do as bata­lhas con­tra o Hamas. A Embai­xa­da de Isra­el no Bra­sil foi pro­cu­ra­da para comen­tar as infor­ma­ções, mas não res­pon­deu aos ques­ti­o­na­men­tos.

Além do hos­pi­tal Al-Shi­va, há rela­tos de con­fron­tos em tor­no dos hos­pi­tais infan­tis Al-Ran­ti­si e Al-Nasr, ambos no cen­tro da cida­de de Gaza, o que teria leva­do a incên­di­os no Al-Ran­ti­si e a sus­pen­são de ser­vi­ços pres­ta­dos pelas uni­da­des. “As for­ças de ocu­pa­ção isra­e­li­tas siti­am os hos­pi­tais infan­tis Al-Ran­ti­si e Al-Nasr, expon­do as vidas de milha­res de paci­en­tes, pes­so­al médi­co e pes­so­as des­lo­ca­das”, diz a comu­ni­ca­do do Minis­té­rio da Saú­de de Gaza.

Além dis­so, o Escri­tó­rio de Assun­tos Huma­ni­tá­ri­os da ONU (Ocha) infor­mou que o úni­co hos­pi­tal psi­quiá­tri­co de Gaza dei­xou de fun­ci­o­nar “depois de sofrer danos devi­do a um ata­que do dia 5 de novem­bro”.

Brasileiros em Gaza

Os 34 bra­si­lei­ros ou fami­li­a­res foram auto­ri­za­dos a dei­xar a Fai­xa de Gaza, mas não con­se­gui­ram atra­ves­sar a fron­tei­ra de Rafah com o Egi­to por­que há um enten­di­men­to entre os ato­res res­pon­sá­veis pela eva­cu­a­ção dos estran­gei­ros de que as pes­so­as de outras naci­o­na­li­da­des só podem sair da zona de guer­ra depois dos feri­dos, segun­do infor­mou nes­ta sex­ta-fei­ra o minis­tro das Rela­ções Exte­ri­o­res do Bra­sil, Mau­ro Vie­ra.

Hoje pas­sa­ram ao menos 12 cri­an­ças com cân­cer ou outras doen­ças para o Egi­to e Jor­dâ­nia, segun­do a Orga­ni­za­ção Mun­di­al da Saú­de (OMS).

Porém, ain­da há deze­nas de feri­dos reti­dos no nor­te de Gaza, segun­do o Escri­tó­rio da Repre­sen­ta­ção do Bra­sil em Rama­la, na Cis­jor­dâ­nia ocu­pa­da. O embai­xa­dor do Bra­sil no local, Ales­san­dro Can­de­as, dis­se que a for­te pre­sen­ça mili­tar isra­e­len­se e os com­ba­tes ao redor de hos­pi­tais impe­dem ou difi­cul­tam a saí­da das ambu­lân­ci­as.

“Se ambu­lân­ci­as pude­rem sair ama­nhã, os estran­gei­ros tam­bém sai­rão, inclu­si­ve nos­sos bra­si­lei­ros. Esta­mos todos mobi­li­za­dos. Assim que sair a notí­cia da aber­tu­ra da fron­tei­ra, leva­re­mos em pou­cos minu­tos todos de novo para lá”, infor­mou.

Em nota, a Embai­xa­da de Isra­el no Bra­sil dis­se que, “ape­sar dos mui­tos esfor­ços de Isra­el e do Bra­sil, o Hamas impe­diu hoje a aber­tu­ra da pas­sa­gem de Rafah e impe­diu que os cida­dãos bra­si­lei­ros saís­sem da Fai­xa de Gaza”.

Edi­ção: Ali­ne Leal

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