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“Mundo normalizou o inaceitável”, critica Lula sobre desigualdade

Repo­du­ção: © Ricar­do Stuc­kert /PR

Em segundo discurso no G20, presidente defendeu aliança contra fome


Publi­ca­do em 09/09/2023 — 09:29 Por Luiz Cláu­dio Fer­rei­ra — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

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O pre­si­den­te Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, no segun­do dis­cur­so na Cúpu­la do G20 nes­te sába­do (9), em Nova Déli, na Índia, cri­ti­cou a fal­ta de união entre os paí­ses no com­ba­te à desi­gual­da­de. Ele afir­mou que o mun­do desa­pren­deu a se indig­nar e “nor­ma­li­zou o ina­cei­tá­vel”. Lula mani­fes­tou-se duran­te a “Ses­são 2 — Uma Famí­lia”, da Cúpu­la do G20.

“A cren­ça de que o cres­ci­men­to econô­mi­co, por si só, redu­zi­ria as dis­pa­ri­da­des se pro­vou fal­sa. Os recur­sos não che­ga­ram às mãos dos mais vul­ne­rá­veis”, dis­se Lula.

O pre­si­den­te cri­ti­cou a indi­fe­ren­ça do mer­ca­do fren­te à dis­cri­mi­na­ção con­tra mulhe­res, mino­ri­as raci­ais, LGBTQI+ e pes­so­as com defi­ci­ên­cia. “A desi­gual­da­de não é um dado da natu­re­za. Ela é soci­al­men­te cons­truí­da. Com­ba­tê-la é uma esco­lha que temos de fazer todos os dias.”

Desunião

“Ape­sar de todos os esfor­ços, nos­sa famí­lia está cada vez mais desu­ni­da. O que nos divi­de tem nome: é a desi­gual­da­de, e ela não para de cres­cer”, afir­mou. Lula con­tex­tu­a­li­zou que, há dois sécu­los, a ren­da dos mais ricos era 18 vezes mai­or do que a dos mais pobres. “Hoje, em ple­na quar­ta revo­lu­ção indus­tri­al, a ren­da dos mais ricos é 38 vezes a dos mais pobres”, lamen­tou.

Lula des­ta­cou que “os 10% mais ricos detêm 76% da rique­za do pla­ne­ta, enquan­to os 50% mais pobres pos­su­em ape­nas 2%”. Ele uti­li­zou dados da ONU para afir­mar que, no rit­mo atu­al, cer­ca de 84 milhões de cri­an­ças ain­da esta­rão fora da esco­la até 2030.

“Pre­ci­sa­re­mos de qua­se 300 anos para atin­gir a igual­da­de de gêne­ro peran­te a lei”. Ele recor­dou ain­da que a fome afe­ta mais de 700 milhões de pes­so­as em todo o mun­do.

O pre­si­den­te sali­en­tou para os demais líde­res que, na sema­na pas­sa­da, o país lan­çou o pla­no “Bra­sil sem Fome” para redu­zir a pobre­za e a inse­gu­ran­ça ali­men­tar. “Garan­tir opor­tu­ni­da­des iguais para todos sig­ni­fi­ca asse­gu­rar aces­so a ser­vi­ços bási­cos de qua­li­da­de. Sig­ni­fi­ca for­mu­lar polí­ti­cas públi­cas que con­tri­bu­am para erra­di­car o racis­mo e o sexis­mo das nos­sas prá­ti­cas soci­ais e ins­ti­tu­ci­o­nais.”

Caminhos

Lula lem­brou que, no Bra­sil, é obri­ga­tó­rio que homens e mulhe­res que fazem tra­ba­lho igual rece­bam o mes­mo salá­rio.

“É pre­ci­so colo­car os pobres no orça­men­to públi­co. E fazer os mais ricos paga­rem impos­tos pro­por­ci­o­nais aos seus patrimô­ni­os. As ins­ti­tui­ções finan­cei­ras inter­na­ci­o­nais devem fun­ci­o­nar a ser­vi­ço do desen­vol­vi­men­to, em vez de agra­var o endi­vi­da­men­to.”

Tecnologias

Para o pre­si­den­te, exis­te um “fos­so digi­tal” entre as nações e as tec­no­lo­gi­as devem ser com­par­ti­lha­das. “A desi­gual­da­de é um fla­ge­lo que cres­ce den­tro dos nos­sos paí­ses, mas tam­bém entre eles (…). As assi­me­tri­as se per­pe­tu­a­ram por novas for­mas de depen­dên­cia econô­mi­ca e finan­cei­ra, regras e ins­ti­tui­ções injus­tas, com­pro­mis­sos não cum­pri­dos.”

Lula rati­fi­cou que, duran­te o perío­do em que o Bra­sil ocu­par a pre­si­dên­cia do G20, vai lan­çar uma Ali­an­ça Glo­bal con­tra a Fome. “Espe­ra­mos con­tar com o apoio e o enga­ja­men­to de todos vocês. Para cons­truir­mos um mun­do cada vez menos desi­gual e mais fra­ter­no. E nos reco­nhe­cer­mos, de fato, como uma gran­de famí­lia. Que não dei­xa nin­guém para trás.”

Edi­ção: Cami­la Maci­el

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