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Professores dão dicas para o segundo dia de provas do Enem

Entrada dos candidatos para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ), na zona norte do Rio.
© Tânia Rêgo/Agência Bra­sil (Repro­du­ção)

Provas de matemática e ciências da natureza serão aplicadas domingo

Publi­ca­do em 20/01/2021 — 06:20 Por Mari­a­na Tokar­nia — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro


Resol­ver ques­tões de anos ante­ri­o­res, revi­sar con­teú­dos estu­da­dos duran­te o ano e rela­xar um pou­co são algu­mas das dicas de pro­fes­so­res entre­vis­ta­dos pela Agên­cia Bra­sil para os estu­dan­tes que farão o Exa­me Naci­o­nal do Ensi­no Médio (Enem) nes­te domin­go (24). No segun­do dia de apli­ca­ção da ver­são impres­sa do exa­me, os can­di­da­tos resol­ve­rão ques­tões de mate­má­ti­ca e de ciên­ci­as da natu­re­za. 

“Nes­te momen­to, quan­do se fala em exa­tas, a gran­de dica é fazer as pro­vas ante­ri­o­res. Pegar as duas últi­mas pro­vas e ter cal­ma”, diz o dire­tor-geral do Colé­gio e Cur­so Pro­gres­são e pro­fes­sor de mate­má­ti­ca, Leo­nar­do Chu­cru­te. “O Enem não quer colo­car pega­di­nha para o can­di­da­to. O que ele está cobran­do é aqui­lo mes­mo. Acre­di­te no que a pro­va está pedin­do, é aqui­lo mes­mo, é o que você sabe fazer. O que falo para o can­di­da­to é, man­te­nha a cal­ma, você está pre­pa­ra­do, você estu­dou, acre­di­te em você”.

Segun­do Chu­cru­te, com base na pro­va do últi­mo domin­go (17), pri­mei­ro dia de apli­ca­ção do Enem, a expec­ta­ti­va é que o exa­me tenha menos tex­tos lon­gos e que os enun­ci­a­dos sejam mais obje­ti­vos.

“Não é o momen­to de que­rer apren­der con­teú­dos novos, de tirar o atra­so, por­que isso pode gerar ten­são e can­sa­ço des­ne­ces­sá­ri­os nes­ta reta final. Impor­tan­te revi­sar e focar nos con­teú­dos que mais caí­ram nas pro­vas”, diz o geren­te exe­cu­ti­vo de Ava­li­a­ções e Con­teú­do Digi­tal do SAS e pro­fes­sor de quí­mi­ca, Caê Lavor. Na pági­na do Ins­ti­tu­to Naci­o­nal de Estu­dos e Pes­qui­sas Edu­ca­ci­o­nais Aní­sio Tei­xei­ra (Inep) estão dis­po­ní­veis as pro­vas e os gaba­ri­tos dos anos ante­ri­o­res do Enem.

A expec­ta­ti­va de Lavor é que o Enem man­te­nha o padrão dos con­teú­dos das últi­mas edi­ções. “Será uma pro­va que repe­te os padrões do Enem. Tan­to no con­teú­do quan­to na abor­da­gem de pro­ble­mas e con­teú­dos que são rele­van­tes para o dia a dia dos alu­nos, que são rele­van­tes para o coti­di­a­no. O Enem cobra pro­ble­mas e situ­a­ções prá­ti­cas, con­teú­dos que têm apli­ca­ção no dia a dia, con­teú­dos mui­to téc­ni­cos não cos­tu­mam ser cobra­dos”.

Razão, pro­por­ção, por­cen­ta­gem, regra de três são, segun­do os pro­fes­so­res, con­teú­dos recor­ren­te­men­te cobra­dos na pro­va de mate­má­ti­ca. Em bio­lo­gia, o con­teú­do des­ta­ca­do é eco­lo­gia; em físi­ca, mecâ­ni­ca, que envol­ve ace­le­ra­ção, velo­ci­da­de e tro­ca de ener­gia; e, em quí­mi­ca, físi­co-quí­mi­ca, que englo­ba cál­cu­lo quí­mi­co e apli­ca­ções prá­ti­cas das rea­ções quí­mi­cas.

Na hora da prova

Segun­do o pro­fes­sor e coor­de­na­dor de mate­má­ti­ca do sis­te­ma COC by Pear­son, Luiz Fer­nan­do Duar­te, o estu­dan­te deve come­çar pelas ques­tões com as quais tem mais afi­ni­da­de. “Deve come­çar pela situ­a­ção em que se sen­te mais for­te, com o que tiver mais faci­li­da­de, para come­çar com mais con­fi­an­ça. Deve ser aí o pon­to de par­ti­da”, diz.

 “Em uma lei­tu­ra cui­da­do­sa é pos­sí­vel iden­ti­fi­car as ques­tões que podem ser resol­vi­das mais rapi­da­men­te. Isso sig­ni­fi­ca fazer um bom núme­ro de ques­tões e ter mais tem­po para fazer ques­tões com exi­gên­cia mai­or”, ori­en­ta. Segun­do Duar­te, um tem­po médio para a reso­lu­ção das ques­tões é de três minu­tos para cada. Uma téc­ni­ca reco­men­da­da é que os can­di­da­tos lei­am com aten­ção os enun­ci­a­dos, que gri­fem as par­tes mais impor­tan­tes, que podem aju­dar na reso­lu­ção.

Ao todo, os estu­dan­tes terão cin­co horas para resol­ver 90 ques­tões. “Tive­mos o caso de um alu­no, ain­da que ele esta­va fazen­do a pro­va ape­nas como trei­nei­ro, que pas­sou cer­ca de 30 minu­tos em uma ques­tão e não con­se­guiu con­cluir a pro­va. Dei­xou de resol­ver ques­tões ele­men­ta­res que só de pas­sar o olho con­se­gui­ria resol­ver”, con­ta o pro­fes­sor de mate­má­ti­ca do Cen­tro de Edu­ca­ção de Tem­po Inte­gral (CETI) Augus­ti­nho Bran­dão, de Cocal dos Alves (PI), Rai­mun­do Alves de Bri­to. “O estu­dan­te tem que saber iden­ti­fi­car aque­las ques­tões que cer­ta­men­te con­se­gue resol­ver”, acres­cen­ta.

Respirar

Em um ano atí­pi­co como o ano leti­vo de 2020, com a sus­pen­são das aulas pre­sen­ci­ais por cau­sa da pan­de­mia do novo coro­na­ví­rus e, ago­ra, com a rea­li­za­ção do exa­me com uma série de medi­das de bios­se­gu­ran­ça, os estu­dan­tes enfren­tam uma ansi­e­da­de ain­da mai­or. “A gen­te nem sabe como pedir, está todo mun­do mui­to agi­ta­do, mas eu pedi­ria cal­ma. A pro­va está difí­cil para todo mun­do, a situ­a­ção é essa para todo mun­do. É pre­ci­so cal­ma e con­cen­tra­ção para fazer a pro­va”, reco­men­da Bri­to.

Ele con­ta que enfren­tou uma série de difi­cul­da­des ao lon­go do ano, com inter­net escas­sa no muni­cí­pio, por vezes, estu­dan­tes não con­se­gui­am sequer aces­sar um vídeo de três minu­tos. “Foi mui­to difí­cil, foi um ano hor­rí­vel. A gen­te con­se­guiu mais ou menos cum­prir a car­ga horá­ria, mas as aulas ficam mui­to defi­ci­tá­ri­as. Esta­mos esgo­ta­dos. A gen­te con­se­gue sen­tir que não fun­ci­o­nou como a gen­te que­ria”, diz o pro­fes­sor.

Lavor con­cor­da. “É um momen­to de man­ter a cal­ma. Sei que é difí­cil. Mui­tas vezes, o estu­do desen­fre­a­do e a bus­ca de conhe­ci­men­to ago­ra cri­am ten­são. Estu­dar pou­cas coi­sas, man­ter a cal­ma e pen­sar que este momen­to vai ser impor­tan­te para que sejam defi­ni­dos os pró­xi­mos pas­sos, a uni­ver­si­da­de, mas este momen­to não defi­ne quem a gen­te é”, diz.

Ele cha­ma a aten­ção para algo fun­da­men­tal: a res­pi­ra­ção. Uma dica é toda vez que o estu­dan­te se per­ce­ber ner­vo­so, notar a res­pi­ra­ção ace­le­ra­da, parar e ape­nas res­pi­rar, até que ela desa­ce­le­re. “Iden­ti­fi­car a res­pi­ra­ção pode aju­dar a ter mais aten­ção ple­na. A estar pre­sen­te no momen­to. Escu­tar o baru­lho da res­pi­ra­ção por dez segun­dos”.

Enem 2020

O Enem come­çou a ser apli­ca­do no últi­mo domin­go (17) e segue no pró­xi­mo (24). No pri­mei­ro dia de apli­ca­ção, o exa­me teve abs­ten­ção recor­de de 51,5%. Do total de 5.523.029 ins­cri­tos para a ver­são impres­sa do Enem, 2.842.332 fal­ta­ram às pro­vas. Nes­ta edi­ção, o Enem terá uma ver­são impres­sa e uma digi­tal, rea­li­za­da de for­ma pilo­to para 96 mil can­di­da­tos, nos dias 31 de janei­ro e 7 de feve­rei­ro.

As medi­das de segu­ran­ça ado­ta­das em rela­ção à pan­de­mia do novo coro­na­ví­rus serão as mes­mas tan­to no Enem impres­so quan­to no digi­tal. Have­rá, por exem­plo, um núme­ro redu­zi­do de estu­dan­tes por sala, para garan­tir o dis­tan­ci­a­men­to entre os par­ti­ci­pan­tes. Duran­te todo o tem­po de rea­li­za­ção da pro­va, os can­di­da­tos esta­rão obri­ga­dos a usar más­ca­ras de pro­te­ção da for­ma cor­re­ta, tapan­do o nariz e a boca, sob pena de serem eli­mi­na­dos do exa­me. Além dis­so, o álco­ol em gel esta­rá dis­po­ní­vel em todos os locais de apli­ca­ção.

Os can­di­da­tos que tive­rem sin­to­mas de covid-19 e de outras doen­ças infec­to­con­ta­gi­o­sas não devem com­pa­re­cer aos locais de pro­va. Devem comu­ni­car ao Inep pela Pági­na do Par­ti­ci­pan­te. Esses can­di­da­tos terão direi­to à rea­pli­ca­ção, nos dias 23 e 24 de feve­rei­ro.

Edi­ção: Gra­ça Adju­to

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