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STF forma maioria para manter foro privilegiado mesmo ao deixar cargo

Repro­du­ção: © Mar­cel­lo Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro André Mendonça


Publicado em 12/04/2024 — 08:48 Por Paula Laboissière — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O Supre­mo Tri­bu­nal Fede­ral (STF) for­mou, nes­ta sex­ta-fei­ra (11), mai­o­ria de votos para ampli­ar o alcan­ce do foro pri­vi­le­gi­a­do. O pre­si­den­te da Cor­te, minis­tro Luís Rober­to Bar­ro­so, votou pela manu­ten­ção da prer­ro­ga­ti­va de foro em casos de cri­mes come­ti­dos no car­go e em razão dele, mes­mo após a saí­da da fun­ção. O jul­ga­men­to, entre­tan­to, vol­tou a ser sus­pen­so por um pedi­do de vis­ta do minis­tro André Men­don­ça.

Em seu voto, Bar­ro­so con­cor­dou com o argu­men­to do rela­tor, minis­tro Gil­mar Men­des, de que o envio do caso para outra ins­tân­cia quan­do o man­da­to se encer­ra gera pre­juí­zo. “Esse sobe e des­ce pro­ces­su­al pro­du­zia evi­den­te pre­juí­zo para o encer­ra­men­to das inves­ti­ga­ções, afe­tan­do a efi­cá­cia e a cre­di­bi­li­da­de do sis­te­ma penal. Ali­men­ta­va, ade­mais, a ten­ta­ção per­ma­nen­te de mani­pu­la­ção da juris­di­ção pelos réus”.

Além de Bar­ro­so e de Gil­mar Men­des, já havi­am vota­do pela ampli­a­ção do alcan­ce do foro pri­vi­le­gi­a­do os minis­tros Dias Tof­fo­li, Ale­xan­dre de Mora­es, Cris­ti­a­no Zanin e Flá­vio Dino. Bar­ro­so che­gou a pedir vis­ta para ana­li­sar melhor os autos e, por esse moti­vo, o jul­ga­men­to foi reto­ma­do nes­sa sex­ta-fei­ra.

Mes­mo com o novo pedi­do de vis­ta, de André Men­don­ça, os demais minis­tros da Cor­te têm até as 23h59 do dia 19 de abril para votar, caso quei­ram.

Entenda

A ampli­a­ção do alcan­ce do foro espe­ci­al foi pro­pos­ta por Gil­mar Men­des em res­pos­ta a um habe­as cor­pus do sena­dor Zequi­nha Mari­nho (Pode­mos-PA). O par­la­men­tar é sus­pei­to de ter exi­gi­do, a ser­vi­do­res de seu gabi­ne­te, o depó­si­to de 5% de seus salá­ri­os em con­tas do par­ti­do, prá­ti­ca conhe­ci­da como racha­di­nha.

“Con­si­de­ran­do que a pró­pria denún­cia indi­ca que as con­du­tas impu­ta­das ao paci­en­te foram pra­ti­ca­das duran­te o exer­cí­cio do man­da­to e em razão das suas fun­ções, con­ce­do ordem de habe­as cor­pus para reco­nhe­cer a com­pe­tên­cia des­ta Cor­te para pro­ces­sar e jul­gar a ação penal”, deci­diu Gil­mar Men­des em seu voto.

O cri­me come­çou a ser inves­ti­ga­do em 2013, quan­do Mari­nho era depu­ta­do fede­ral. Depois dis­so, ele foi elei­to vice-gover­na­dor do Pará e, em segui­da, sena­dor, car­go que ocu­pa atu­al­men­te. Ao lon­go des­se perío­do, o pro­ces­so foi alter­na­do de com­pe­tên­cia, con­for­me o car­go que Mari­nho ocu­pa­va.

O par­la­men­tar defen­de que o caso per­ma­ne­ça no Supre­mo, uma vez que recu­pe­rou o foro pri­vi­le­gi­a­do ao ter se ele­gi­do para o Con­gres­so Naci­o­nal nova­men­te.

Edi­ção: Gra­ça Adju­to

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