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Tratamento pode fazer câncer de mama regredir seis vezes mais rápido

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Repro­dução: © Divulgação/Sociedade Brasileira de Mas­tolo­gia

Proposta é defendida por técnicos da USP e de Harvard


Pub­li­ca­do em 20/07/2021 — 05:59 Por Cami­la Maciel — Repórter da Agên­cia Brasil — São Pàu­lo

Um com­pos­to encon­tra­do por pesquisadores da Uni­ver­si­dade de São Paulo e de Har­vard, nos Esta­dos Unidos, pode acel­er­ar em até seis vezes a regressão do tipo mais agres­si­vo do câncer de mama. O trata­men­to inclui uma eta­pa antes da quimioter­apia com o uso de dro­ga iden­ti­fi­ca­da, a qual enfraque­ce as célu­las tumorais. O tra­bal­ho foi pub­li­ca­do na Sci­ence Sig­nal­ing, revista cien­tí­fi­ca dis­tribuí­da pela Asso­ci­ação Amer­i­cana para o Avanço da Ciên­cia (AAAS).

“Nós lev­an­ta­mos 192 com­pos­tos, que estavam em uma bib­liote­ca de com­pos­tos, de dro­gas, do lab­o­ratório. A gente já sabia onde ess­es com­pos­tos iam oper­ar no metab­o­lis­mo da célu­la. Tes­ta­mos para ver­i­ficar qual deles atin­gia a célu­la especi­fi­ca­mente do trip­lo-neg­a­ti­vo”, disse Viní­cius Guimarães Fer­reira, pós-doutoran­do do Insti­tu­to de Quími­ca de São Car­los (IQSC) e um dos autores da pesquisa. Trip­lo-neg­a­ti­vo é como se chama o tipo mais severo de câncer de mama.

Na uni­ver­si­dade norte-amer­i­cana, Fer­reira foi super­vi­sion­a­do pelo pro­fes­sor Antho­ny Letai, espe­cial­ista na avali­ação de mecan­is­mos que lev­am as célu­las tumorais à morte. “Ele tra­bal­ha com a seguinte visão: “eu não quero nec­es­sari­a­mente encon­trar um com­pos­to que soz­in­ho mata a célu­la, mas eu quero bus­car um com­pos­to que deixa a célu­la mais próx­i­ma de mor­rer”, expli­cou.

De acor­do com os pesquisadores, ao deixar o trata­men­to con­tra o tumor mais efi­ciente, reduz-se o tem­po que o paciente estará sujeito aos efeitos colat­erais dos medica­men­tos tóx­i­cos uti­liza­dos na quimioter­apia. “É como se fos­se um bar­ran­co, você empurra a célu­la per­to do bar­ran­co para entrar o quimioterápi­co e dar aque­le últi­mo empurrão”, com­parou Fer­reira.

Molécula ideal

A primeira parte do estu­do anal­isou os com­pos­tos disponíveis para encon­trar a molécu­la ide­al. “No final, a gente encon­trou alguns que eram os mais promis­sores e fomos para o mod­e­lo ani­mal”, indi­cou o pesquisador. As dro­gas que deixaram os tumores mais vul­neráveis foram tes­tadas em camundon­gos com câncer de mama.

O teste durou 21 dias e mostrou resul­ta­dos ani­madores: usan­do ape­nas quimioterápi­co, hou­ve regressão de 10%. No trata­men­to com­bi­na­do, o tumor diminuiu 60%. “A ter­apia foi 500% mais efi­caz.”

Os pesquisadores desta­cam que, con­forme dados da Sociedade Amer­i­cana de Câncer, o câncer de mama trip­lo-neg­a­ti­vo é respon­sáv­el por cer­ca de 10% a 15% dos cânceres de mama e é mais comum em mul­heres com menos de 40 anos. É um tipo de câncer que cresce mais rápi­do, ten­do opções de trata­men­to lim­i­ta­do.

No Brasil, de acor­do com o Insti­tu­to Nacional do Câncer (Inca), o país deve ter cer­ca de 66 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2020 e 2022.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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