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Uso excessivo de dispositivo digital afeta desempenho de alunos

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Quem passa de 5 a 7 horas nesses aparelhos teve pontuação menor


Pub­li­ca­do em 05/12/2023 — 07:38 Por Car­oli­na Pimentel — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O relatório do Pro­gra­ma Inter­na­cional de Avali­ação de Estu­dantes (Pisa) de 2022, divul­ga­do nes­ta terça-feira (5) pela Orga­ni­za­ção para a Coop­er­ação e Desen­volvi­men­to Econômi­co (OCDE), mostra que alunos usuários de smart­phones e out­ros dis­pos­i­tivos dig­i­tais de cin­co a sete horas por dia tiver­am pon­tu­ação menor nos testes.  

“Na média nos país­es da OCDE, os estu­dantes que pas­sam até uma hora por dia na esco­la em dis­pos­i­tivos dig­i­tais para laz­er obtiver­am 49 pon­tos a mais em matemáti­ca do que os alunos cujos olhos ficavam gru­da­dos nas telas entre cin­co e sete horas por dia, depois de levar em con­ta o per­fil socioe­conômi­co dos alunos e das esco­las”, infor­ma o relatório.

Apli­ca­do a cada três anos, o Pisa avalia os con­hec­i­men­tos dos estu­dantes de 15 anos de idade nas três dis­ci­plinas. No total, 690 mil estu­dantes de 81 país­es fiz­er­am os testes em 2022. A edição teve como foco o desem­pen­ho em matemáti­ca.

Distração

Cer­ca de 65% dos estu­dantes afir­maram que ficaram dis­traí­dos nas aulas de matemáti­ca por estar usan­do celu­lar e out­ros dis­pos­i­tivos, como tablets e lap­tops.

No Brasil, esse per­centu­al chegou a 80%, assim como na Argenti­na, no Canadá, Chile, na Fin­lân­dia, Letô­nia, Mongólia, Nova Zelân­dia e no Uruguai.

Out­ros 59% relataram que a dis­tração foi cau­sa­da por cole­gas estarem usan­do os dis­pos­i­tivos. “Alunos que relataram se dis­trair com out­ros alunos usan­do dis­pos­i­tivos dig­i­tais, na maio­r­ia, ou em todas as aulas de matemáti­ca obtiver­am 15 pon­tos a menos nos testes de matemáti­ca do Pisa do que aque­les que mal exper­i­men­ta­ram essa exper­iên­cia. Isso rep­re­sen­ta o equiv­a­lente a três quar­tos do val­or de um ano de edu­cação, depois de con­tabi­liza­dos os alunos e o per­fil socioe­conômi­co das esco­las”, apon­ta o relatório.

Em país­es como o Japão e a Cor­eia, o nív­el de dis­tração relata­do pelos alunos foi de 18% e 32%, respec­ti­va­mente. As nações estão entre as mel­hores colo­cadas no Pisa, com pon­tu­ações aci­ma da média da OCDE.

Desafio

O relatório recon­hece que o uso de celu­lar em esco­la tem sido um tema con­tro­ver­so e desafi­ador para os gestores de edu­cação nos país.

A recomen­dação não é aban­donar ess­es dis­pos­i­tivos no proces­so de apren­diza­gem. Mas que as esco­las pro­movam a inter­ação entre a tec­nolo­gia e o apren­diza­do, porém min­i­mizem o tem­po de uso para evi­tar desvio de atenção, bul­ly­ing nas redes soci­ais e exposição da pri­vaci­dade dos estu­dantes.

Nos país­es da OCDE, 29% dos alunos respon­der­am que uti­lizam smart­phone várias vezes ao dia e 21% usam quase diari­a­mente ou diari­a­mente na esco­la.

Con­forme o relatório, em 13 país­es, mais de dois terços dos alunos vão a esco­las onde a entra­da e o uso de celu­lar não são per­mi­ti­dos. Nes­sas nações, iden­ti­fi­cou-se que o per­centu­al de dis­tração em sala de aula é menor, entre­tan­to os jovens não apre­sen­taram uso mais respon­sáv­el dos apar­el­hos.

“Parece que as esco­las podem proibir os tele­fones, mas nem sem­pre é apli­ca­do de for­ma efi­caz. Curiosa­mente, os alunos em esco­las com proibição de tele­fone em alguns país­es eram menos propen­sos a desli­gar as suas noti­fi­cações de redes soci­ais e aplica­tivos ao dormir. Uma expli­cação é que a proibição de celu­lares nas esco­las pode faz­er com que os alunos sejam menos capazes de ado­tar um com­por­ta­men­to respon­sáv­el em relação ao uso do tele­fone”, diz o relatório.

Edição: Graça Adju­to

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