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Chanceler vê sugestão do Brasil na ONU como “importante” para paz

Repro­du­ção: © REUTERS/Bernadett Szabo/Direitos Reser­va­dos

Vieira recebeu ministro de Portugal e também comentou acordo com UE


Publi­ca­do em 23/02/2023 — 17:17 Por Kari­ne Melo — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

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Nes­ta quin­ta-fei­ra (23), vés­pe­ra da data que mar­ca um ano da inva­são rus­sa em ter­ri­tó­rio ucra­ni­a­no, o chan­ce­ler bra­si­lei­ro, Mau­ro Viei­ra, des­ta­cou o empe­nho do Bra­sil na Orga­ni­za­ção das Nações Uni­das (ONU) para a cons­tru­ção de um acor­do de paz entre os dois paí­ses. “O Bra­sil teve uma par­ti­ci­pa­ção impor­tan­te, uma suges­tão de acrés­ci­mo de um pará­gra­fo sig­ni­fi­ca­ti­vo na reso­lu­ção que con­cla­ma a ces­sa­ção das hos­ti­li­da­des”, afir­mou o chan­ce­ler sobre o tex­to que deve ser vota­do hoje na Assem­bleia Geral da ONU.

“Eu acho que é um pas­so impor­tan­te, a pri­mei­ra reso­lu­ção sobre o sis­te­ma em que há uma con­tri­bui­ção, um fato tão impor­tan­te como ins­tar a par­tes a ces­sar as hos­ti­li­da­des e cri­ar um espa­ço para nego­ci­a­ção de um pro­ces­so de paz”, com­ple­tou Viei­ra.

No fim de janei­ro, o chan­ce­ler fede­ral ale­mão, Olaf Scholz, visi­tou o Bra­sil, e o pre­si­den­te Luiz Iná­cio Lula da Sil­va propôs que o Bra­sil faça par­te, jun­to com a Chi­na, de uma espé­cie de “clu­be da paz” para medi­ar o fim do con­fli­to. A posi­ção do Bra­sil é de não envi­ar muni­ção para tan­ques do exér­ci­to ucra­ni­a­no. Na ava­li­a­ção do gover­no bra­si­lei­ro, a medi­da seria enten­di­da como uma par­ti­ci­pa­ção do Bra­sil na guer­ra.

Viei­ra acres­cen­tou que a paz não será ins­tan­tâ­nea, será um pro­ces­so e não será ape­nas um país que pode­rá fazer isso. O embai­xa­dor lem­brou que o pre­si­den­te Lula tem sem­pre pro­pos­to que um gru­po de paí­ses com des­ta­que no cená­rio inter­na­ci­o­nal que pos­sa falar com os dois lados, para pro­mo­ver um enten­di­men­to que pro­pi­cie a paz depois de um ano de guer­ra.

UE e Mercosul

Após rece­ber no Palá­cio do Ita­ma­raty, na manhã de hoje, o minis­tro dos Negó­ci­os Estran­gei­ros por­tu­guês, João Gomes Cra­vi­nho, o chan­ce­ler bra­si­lei­ro dis­se espe­rar que as nego­ci­a­ções para des­tra­var o acor­do entre Mer­co­sul e União Euro­peia (UE) sai­am o quan­to antes. Cra­vi­nho está em Bra­sí­lia para pre­pa­rar da cimei­ra luso-bra­si­lei­ra, que Por­tu­gal vai aco­lher entre 22 e 25 de abril. O even­to em Por­tu­gal mar­ca a pri­mei­ra via­gem do pre­si­den­te bra­si­lei­ro a Euro­pa nes­te man­da­to.

“É impor­tan­te o apoio por­tu­guês nes­sas nego­ci­a­ções. De nos­sa par­te é impor­tan­te avan­çar”, ava­li­ou Viei­ra. Ele des­ta­cou a expec­ta­ti­va do pre­si­den­te Lula em con­cluir o acor­do até mea­dos do ano, mas mos­trou-se paci­en­te em razão da com­ple­xi­da­de das con­ver­sas.

“Espe­ra­mos que pos­sa ocor­rer em razão da impor­tân­cia e da dimen­são do acor­do e con­ta­mos com o apoio con­ti­nu­a­do de Por­tu­gal. O ide­al seria que pudés­se­mos cum­prir esses pra­zos, mas enten­de­mos tam­bém que se for neces­sá­rio um pou­co mais de tem­po, nós dedi­ca­re­mos o tem­po que for pre­ci­so, ten­do em vis­ta o amplo esco­po do acor­do e os deta­lhes finais que pre­ci­sam ain­da ser defi­ni­dos”.

Apro­va­do em 2019, após 20 anos de nego­ci­a­ções, o acor­do Mer­co­sul-UE pre­ci­sa ser rati­fi­ca­do pelos par­la­men­tos de todos os paí­ses dos dois blo­cos para entrar em vigor. A rati­fi­ca­ção está tra­va­da nos par­la­men­tos das nações euro­pei­as por crí­ti­cas à polí­ti­ca ambi­en­tal bra­si­lei­ra ado­ta­da no gover­no do ex-pre­si­den­te Jair Bol­so­na­ro. Na prá­ti­ca, sig­ni­fi­ca que o acor­do terá que ser apro­va­do pelos par­la­men­tos e gover­nos naci­o­nais dos 31 paí­ses envol­vi­dos, uma tra­mi­ta­ção que pode­rá levar anos e enfren­tar resis­tên­ci­as.

O pró­prio pre­si­den­te Lula defen­de alte­ra­ções em pon­tos do acor­do de livre comér­cio, como sobre com­pras gover­na­men­tais. O acor­do per­mi­ti­rá a eli­mi­na­ção ou a redu­ção de tari­fas de impor­ta­ção de pro­du­tos comer­ci­a­li­za­dos entre os dois blo­cos, em um mer­ca­do de 780 milhões de pes­so­as e que repre­sen­ta 20% do PIB mun­di­al.

Visto

Ao lado do minis­tro por­tu­guês, Mau­ro Viei­ra tam­bém come­mo­rou o fato de que bra­si­lei­ros e cida­dãos de nações afri­ca­nas da Comu­ni­da­de de Paí­ses de Lín­gua Por­tu­gue­sa (CPLP) terão auto­ri­za­ção de resi­dên­cia em Por­tu­gal de for­ma auto­má­ti­ca. A medi­da, que está pres­tes a entrar em vigor, con­ce­de auto­ri­za­ção auto­má­ti­ca váli­da por um ano aos imi­gran­tes que mani­fes­tem inte­res­se em resi­dir no país. Essa mani­fes­ta­ção é ampa­ra­da por con­tra­tos de tra­ba­lho.

A faci­li­da­de na con­ces­são está pre­vis­ta no Acor­do de Mobi­li­da­de entre os Esta­dos-mem­bros da Comu­ni­da­de dos Paí­ses de Lín­gua Por­tu­gue­sa (CPLP), de 2022. “Isso faci­li­ta­rá a cir­cu­la­ção, cri­an­do um espa­ço de livre cir­cu­la­ção no futu­ro, levan­do por­tan­to a CPLP cada vez mais a um papel mai­or, mais impor­tan­te, mais pre­sen­te nas comu­ni­da­des dos dois paí­ses”, expli­cou Viei­ra.

Outro pon­to des­ta­ca­do pelo minis­tro é o impac­to posi­ti­vo que a medi­da terá na comu­ni­da­de bra­si­lei­ra em Por­tu­gal, que atu­al­men­te tem entre 280 a 300 mil pes­so­as. Ele lem­brou que a auto­ri­za­ção per­mi­ti­rá a per­ma­nên­cia regu­la­ri­za­da de bra­si­lei­ros em Por­tu­gal e que esses vis­tos estão à par­te de outros tipos de vis­to, como para per­ma­nên­cia de estu­dan­tes e aos que pro­cu­ram tra­ba­lho em Por­tu­gal, com dura­ção de 120 dias.

“Esses vis­tos da CPLP são espe­cí­fi­cos e faci­li­ta­rão o aco­lhi­men­to da comu­ni­da­de bra­si­lei­ra e tam­bém cri­a­rá de nos­so lado a neces­si­da­de de equi­par cada vez melhor o sis­te­ma con­su­lar bra­si­lei­ro para aten­der cada vez melhor essa comu­ni­da­de”, des­ta­cou.

Edi­ção: Mar­ce­lo Bran­dão

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