...
sábado ,15 março 2025
Home / Noticias do Mundo / Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

Repro­dução: © Ricar­do Stuckert/PR

Ao deixar país asiático, presidente disse esperar união pela paz


Pub­li­ca­do em 15/04/2023 — 12:27 Por Well­ton Máx­i­mo – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Atu­al­iza­do em 15/04/2023 — 21:04

ouvir:

A relação entre Brasil e Chi­na mudou de pata­mar após a visi­ta ofi­cial ao país asiáti­co, disse o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va. Ao deixar o país asiáti­co na man­hã deste sába­do (15), no horário local, Lula disse que as duas nações cri­aram laços em novas áreas, como tran­sição energéti­ca, mun­do dig­i­tal, edu­cação e cul­tura.

“Uma coisa impor­tante está acon­te­cen­do na relação Brasil-Chi­na. É que a gente tá ultra­pas­san­do aque­la fase das com­modi­ties e a gente está entran­do em out­ras neces­si­dades. A gente está entran­do na questão dig­i­tal, nós temos muito a apren­der com os chi­ne­ses, a gente está entran­do na questão da cul­tura”, declar­ou o pres­i­dente pouco antes de embar­car para os Emi­ra­dos Árabes Unidos.

O pres­i­dente ressaltou que a viagem à Chi­na não foi moti­va­da por inter­ess­es políti­cos. Segun­do ele, os acor­dos assi­na­dos basear­am-se no poten­cial de inves­ti­men­tos e van­ta­gens para o Brasil. “Nós não temos escol­has políti­cas, escol­has ide­ológ­i­cas, nós temos uma escol­ha de inter­esse nacional. O inter­esse do povo brasileiro, o inter­esse da indús­tria nacional, o inter­esse da nos­sa sobera­nia e, por­tan­to, eu saio daqui sat­is­feito”, comen­tou. “Não pre­cisamos romper e brigar com ninguém para que a gente mel­hore.”

Segun­do Lula, os 15 acor­dos assi­na­dos com a Chi­na pre­veem a coop­er­ação entre uni­ver­si­dades brasileiras e chi­ne­sas, assim como parce­rias entre empre­sas dos dois país­es para o desen­volvi­men­to de ener­gia ren­ováv­el. Out­ro acor­do, na área de conec­tivi­dade, pre­tende aju­dar o Brasil a uni­ver­salizar o aces­so à inter­net ban­da larga nas esco­las públi­cas. Por isso, afir­mou o pres­i­dente, ele vis­i­tou a gigante chi­ne­sa Huawei na últi­ma quin­ta-feira (13).

“É necessário ter mais chi­ne­ses nas uni­ver­si­dades brasileiras e mais brasileiros nas uni­ver­si­dades chi­ne­sas. É pre­ciso que a gente dis­cu­ta a questão da tran­sição energéti­ca, porque o Brasil é um país que tem um poten­cial extra­ordinário de ener­gia limpa em todos os aspec­tos, e que os chi­ne­ses podem nos aju­dar, e não ape­nas na con­strução da nova matriz energéti­ca, mas as empre­sas, eles par­tic­i­parem de asso­ci­ação com empre­sas brasileiras”, acres­cen­tou Lula.

Em relação aos inves­ti­men­tos em ener­gia limpa, o pres­i­dente disse que todos os país­es, do mais desen­volvi­do ao menos indus­tri­al­iza­do, pre­cisam enten­der a importân­cia do respeito ao meio ambi­ente e da pro­moção do desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el. “O plan­e­ta é um só. Todos esta­mos den­tro do bar­co e, se ele afun­dar, não escapa ninguém.”

Aliança pela paz

Sobre a guer­ra entre Rús­sia e Ucrâ­nia, Lula disse ter con­ver­sa­do sobre o assun­to com o pres­i­dente chinês, Xi Jin­ping. O Brasil defend­eu a neces­si­dade de os país­es con­trários ao con­fli­to se juntarem numa aliança pela paz, no qual a Chi­na e os Esta­dos Unidos terão grande importân­cia. De acor­do com o pres­i­dente brasileiro, o país asiáti­co está dis­pos­to a bus­car o fim da guer­ra, ape­sar de o Brasil ter saí­do sem uma promes­sa for­mal da cri­ação do grupo a favor da paz.

Lula disse que os Esta­dos Unidos devem parar de “incen­ti­var a guer­ra” e sug­eriu que a União Europeia e os demais país­es come­cem a falar em paz. O pres­i­dente brasileiro pediu paciên­cia para con­vencer os país­es que estão fornecen­do armas. Com uma “boa von­tade” mútua, segun­do o líder brasileiro, seria pos­sív­el con­vencer os pres­i­dentes rus­so, Vladimir Putin, e ucra­ni­ano, Volodymyr Zelen­sky, de que a paz inter­es­sa a todo o plan­e­ta.

“Eu acho que é pre­ciso que a União Europeia e os Esta­dos Unidos ten­ham boa von­tade, que o Putin e o Zelen­sky ten­ham boa von­tade para a gente voltar a ter paz no mun­do. Muitas vezes não pre­cisamos de guer­ra. Eu acho que esta­mos em uma situ­ação em que os dois país­es estão com difi­cul­dade de tomar decisões. Quan­do isso ocorre, eu acho que ter­ceiros país­es, que man­ten­ham boas relações com os dois, pre­cisam cri­ar as condições de ter­mos paz no mun­do. Não pre­cisamos de guer­ra”, declar­ou.

Entrevista

Ain­da como parte da agen­da de Lula na Chi­na, ele con­cedeu entre­vista ao jor­nal­ista Wang Guan da emis­so­ra estatal chi­ne­sa CMG. O pres­i­dente foi per­gun­ta­do sobre um pos­sív­el papel neo­colo­nial­ista da Chi­na em relação ao Brasil.

“Eu, sin­ce­ra­mente, não vejo. Não tem relação colo­nial com a Chi­na. Os Esta­dos Unidos pode­ri­am estar investin­do na África, a Europa pode­ria estar investin­do na África. Na ver­dade, col­o­nizaram a África durante quase mais de um sécu­lo. Ou seja, quan­do os chi­ne­ses apare­cem fazen­do inves­ti­men­to nos país­es da Améri­ca Lati­na, nos país­es da África, inco­mo­da. Inco­mo­da porque a Chi­na vai crescen­do”, avaliou.

Lula disse ain­da que a Chi­na já tem uma boa par­tic­i­pação na econo­mia brasileira. “Eu quero que par­ticipe de um jeito con­stru­ti­vo, de um jeito de con­strução de parce­ria, que os nos­sos empresários sejam sócios dos empresários chi­ne­ses, que os empresários chi­ne­ses pos­sam pro­duzir no Brasil. É assim que a gente con­strói uma parce­ria”, acres­cen­tou.

Entre os 15 acor­dos fir­ma­dos pelos dois país­es, está uma parce­ria com a emis­so­ra CMG.

Assista a um trecho da entrevista veiculado na TV Brasil:

*Matéria atu­al­iza­da às 21h04 para acrésci­mo de infor­mações sobre a entre­vista de Lula à emis­so­ra estatal chi­ne­sa CMG. 

Edição: Juliana Andrade

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Cúpula de chefes de Estado do Brics será em julho no Rio de Janeiro

Encontro foi marcado para os dias 6 e 7 do mês Ana Cristi­na Cam­pos — …