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Lula: relação entre Brasil e China muda de patamar após viagem

Repro­du­ção: © Ricar­do Stuckert/PR

Ao deixar país asiático, presidente disse esperar união pela paz


Publi­ca­do em 15/04/2023 — 12:27 Por Well­ton Máxi­mo – Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

Atu­a­li­za­do em 15/04/2023 — 21:04

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A rela­ção entre Bra­sil e Chi­na mudou de pata­mar após a visi­ta ofi­ci­al ao país asiá­ti­co, dis­se o pre­si­den­te Luiz Iná­cio Lula da Sil­va. Ao dei­xar o país asiá­ti­co na manhã des­te sába­do (15), no horá­rio local, Lula dis­se que as duas nações cri­a­ram laços em novas áre­as, como tran­si­ção ener­gé­ti­ca, mun­do digi­tal, edu­ca­ção e cul­tu­ra.

“Uma coi­sa impor­tan­te está acon­te­cen­do na rela­ção Bra­sil-Chi­na. É que a gen­te tá ultra­pas­san­do aque­la fase das com­mo­di­ti­es e a gen­te está entran­do em outras neces­si­da­des. A gen­te está entran­do na ques­tão digi­tal, nós temos mui­to a apren­der com os chi­ne­ses, a gen­te está entran­do na ques­tão da cul­tu­ra”, decla­rou o pre­si­den­te pou­co antes de embar­car para os Emi­ra­dos Ára­bes Uni­dos.

O pre­si­den­te res­sal­tou que a via­gem à Chi­na não foi moti­va­da por inte­res­ses polí­ti­cos. Segun­do ele, os acor­dos assi­na­dos base­a­ram-se no poten­ci­al de inves­ti­men­tos e van­ta­gens para o Bra­sil. “Nós não temos esco­lhas polí­ti­cas, esco­lhas ide­o­ló­gi­cas, nós temos uma esco­lha de inte­res­se naci­o­nal. O inte­res­se do povo bra­si­lei­ro, o inte­res­se da indús­tria naci­o­nal, o inte­res­se da nos­sa sobe­ra­nia e, por­tan­to, eu saio daqui satis­fei­to”, comen­tou. “Não pre­ci­sa­mos rom­per e bri­gar com nin­guém para que a gen­te melho­re.”

Segun­do Lula, os 15 acor­dos assi­na­dos com a Chi­na pre­ve­em a coo­pe­ra­ção entre uni­ver­si­da­des bra­si­lei­ras e chi­ne­sas, assim como par­ce­ri­as entre empre­sas dos dois paí­ses para o desen­vol­vi­men­to de ener­gia reno­vá­vel. Outro acor­do, na área de conec­ti­vi­da­de, pre­ten­de aju­dar o Bra­sil a uni­ver­sa­li­zar o aces­so à inter­net ban­da lar­ga nas esco­las públi­cas. Por isso, afir­mou o pre­si­den­te, ele visi­tou a gigan­te chi­ne­sa Huawei na últi­ma quin­ta-fei­ra (13).

“É neces­sá­rio ter mais chi­ne­ses nas uni­ver­si­da­des bra­si­lei­ras e mais bra­si­lei­ros nas uni­ver­si­da­des chi­ne­sas. É pre­ci­so que a gen­te dis­cu­ta a ques­tão da tran­si­ção ener­gé­ti­ca, por­que o Bra­sil é um país que tem um poten­ci­al extra­or­di­ná­rio de ener­gia lim­pa em todos os aspec­tos, e que os chi­ne­ses podem nos aju­dar, e não ape­nas na cons­tru­ção da nova matriz ener­gé­ti­ca, mas as empre­sas, eles par­ti­ci­pa­rem de asso­ci­a­ção com empre­sas bra­si­lei­ras”, acres­cen­tou Lula.

Em rela­ção aos inves­ti­men­tos em ener­gia lim­pa, o pre­si­den­te dis­se que todos os paí­ses, do mais desen­vol­vi­do ao menos indus­tri­a­li­za­do, pre­ci­sam enten­der a impor­tân­cia do res­pei­to ao meio ambi­en­te e da pro­mo­ção do desen­vol­vi­men­to sus­ten­tá­vel. “O pla­ne­ta é um só. Todos esta­mos den­tro do bar­co e, se ele afun­dar, não esca­pa nin­guém.”

Aliança pela paz

Sobre a guer­ra entre Rús­sia e Ucrâ­nia, Lula dis­se ter con­ver­sa­do sobre o assun­to com o pre­si­den­te chi­nês, Xi Jin­ping. O Bra­sil defen­deu a neces­si­da­de de os paí­ses con­trá­ri­os ao con­fli­to se jun­ta­rem numa ali­an­ça pela paz, no qual a Chi­na e os Esta­dos Uni­dos terão gran­de impor­tân­cia. De acor­do com o pre­si­den­te bra­si­lei­ro, o país asiá­ti­co está dis­pos­to a bus­car o fim da guer­ra, ape­sar de o Bra­sil ter saí­do sem uma pro­mes­sa for­mal da cri­a­ção do gru­po a favor da paz.

Lula dis­se que os Esta­dos Uni­dos devem parar de “incen­ti­var a guer­ra” e suge­riu que a União Euro­peia e os demais paí­ses come­cem a falar em paz. O pre­si­den­te bra­si­lei­ro pediu paci­ên­cia para con­ven­cer os paí­ses que estão for­ne­cen­do armas. Com uma “boa von­ta­de” mútua, segun­do o líder bra­si­lei­ro, seria pos­sí­vel con­ven­cer os pre­si­den­tes rus­so, Vla­di­mir Putin, e ucra­ni­a­no, Volodymyr Zelensky, de que a paz inte­res­sa a todo o pla­ne­ta.

“Eu acho que é pre­ci­so que a União Euro­peia e os Esta­dos Uni­dos tenham boa von­ta­de, que o Putin e o Zelensky tenham boa von­ta­de para a gen­te vol­tar a ter paz no mun­do. Mui­tas vezes não pre­ci­sa­mos de guer­ra. Eu acho que esta­mos em uma situ­a­ção em que os dois paí­ses estão com difi­cul­da­de de tomar deci­sões. Quan­do isso ocor­re, eu acho que ter­cei­ros paí­ses, que man­te­nham boas rela­ções com os dois, pre­ci­sam cri­ar as con­di­ções de ter­mos paz no mun­do. Não pre­ci­sa­mos de guer­ra”, decla­rou.

Entrevista

Ain­da como par­te da agen­da de Lula na Chi­na, ele con­ce­deu entre­vis­ta ao jor­na­lis­ta Wang Guan da emis­so­ra esta­tal chi­ne­sa CMG. O pre­si­den­te foi per­gun­ta­do sobre um pos­sí­vel papel neo­co­lo­ni­a­lis­ta da Chi­na em rela­ção ao Bra­sil.

“Eu, sin­ce­ra­men­te, não vejo. Não tem rela­ção colo­ni­al com a Chi­na. Os Esta­dos Uni­dos pode­ri­am estar inves­tin­do na Áfri­ca, a Euro­pa pode­ria estar inves­tin­do na Áfri­ca. Na ver­da­de, colo­ni­za­ram a Áfri­ca duran­te qua­se mais de um sécu­lo. Ou seja, quan­do os chi­ne­ses apa­re­cem fazen­do inves­ti­men­to nos paí­ses da Amé­ri­ca Lati­na, nos paí­ses da Áfri­ca, inco­mo­da. Inco­mo­da por­que a Chi­na vai cres­cen­do”, ava­li­ou.

Lula dis­se ain­da que a Chi­na já tem uma boa par­ti­ci­pa­ção na eco­no­mia bra­si­lei­ra. “Eu que­ro que par­ti­ci­pe de um jei­to cons­tru­ti­vo, de um jei­to de cons­tru­ção de par­ce­ria, que os nos­sos empre­sá­ri­os sejam sóci­os dos empre­sá­ri­os chi­ne­ses, que os empre­sá­ri­os chi­ne­ses pos­sam pro­du­zir no Bra­sil. É assim que a gen­te cons­trói uma par­ce­ria”, acres­cen­tou.

Entre os 15 acor­dos fir­ma­dos pelos dois paí­ses, está uma par­ce­ria com a emis­so­ra CMG.

Assista a um trecho da entrevista veiculado na TV Brasil:

*Maté­ria atu­a­li­za­da às 21h04 para acrés­ci­mo de infor­ma­ções sobre a entre­vis­ta de Lula à emis­so­ra esta­tal chi­ne­sa CMG. 

Edi­ção: Juli­a­na Andra­de

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