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Lula garante que Brasil tentará trazer mais famílias da Faixa de Gaza

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Segundo Hasan Habee, existem outras pessoas aguardando


Pub­li­ca­do em 14/11/2023 — 00:58 Por Agên­cia Brasil — Brasília

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O pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va rece­beu, na madru­ga­da des­ta terça-feira (14), o grupo de 32 brasileiros e palesti­nos par­entes de brasileiros res­gata­dos da Faixa de Gaza. O pres­i­dente afir­mou que o país con­tin­uará ten­tan­do bus­car todos os que quis­erem sair da região do con­fli­to e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acom­pan­har os par­entes brasileiros.

“A gente vai ten­tar faz­er todo o esforço que estiv­er ao alcance da diplo­ma­cia brasileira para ten­tar traz­er todos os brasileiros que lá estão e que queiram vir para o Brasil. Inclu­sive, alguns com­pan­heiros que tin­ham par­entes não brasileiros eu pedi para traz­er e a gente trataria de legalizar as pes­soas aqui no Brasil”, disse o pres­i­dente.

“Tem mais gente na Cisjordâ­nia e na Faixa de Gaza. Enquan­to tiv­er lista e pos­si­bil­i­dade da gente tirar uma pes­soa, mes­mo que seja uma só, a gente estará à dis­posição para man­dar bus­car as pes­soas. Não vamos deixar nen­hum brasileiro ficar lá por fal­ta de cuida­do do gov­er­no”, acres­cen­tou Lula.

Jun­to com o pres­i­dente, na pista, aguardan­do os repa­tri­a­dos, estavam a primeira-dama Jan­ja da Sil­va, o min­istro das Relações Exte­ri­ores, Mau­ro Vieira, o min­istro da Justiça e Segu­rança Públi­ca, Flávio Dino, o min­istro dos Dire­itos Humanos e Cidada­nia, Sil­vio Almei­da, a min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, o min­istro da Sec­re­taria de Comu­ni­cação da Presidên­cia da Repúbli­ca, Paulo Pimen­ta, o asses­sor espe­cial da Presidên­cia Cel­so Amor­im e os coman­dantes das Forças Armadas.

Lula rece­beu os res­gata­dos na pista, cumpri­men­tou um a um no pé da esca­da do avião. O primeiro a descer foi Hasan Habee, que ficou con­heci­do pelos vários vídeos que fazia e encam­in­ha­va para a impren­sa, com depoi­men­tos fre­quentes da angús­tia que pas­sa­va na Faixa de Gaza, em meio a ataques de Israel.

“Boa noite. Que­ria agrade­cer ao pres­i­dente, gov­er­no fed­er­al, Força Aérea e Ita­ma­raty. A gente ficou lá 37 dias, muito sofri­men­to. Às vezes pas­samos fome e sede”, disse Habee. “O que está acon­te­cen­do lá é um mas­sacre. Min­has fil­has ficaram muito chocadas lá. Na primeira e segun­da sem­ana a gente men­tia [para elas]. A gente fala­va que essas bom­bas [jogadas por Israel na Faixa de Gaza] eram de fes­tas de aniver­sário, mas a gente não con­seguiu segu­rar por muito tem­po”, acres­cen­tou ele.

Habee falou que as fil­has fechavam a janela para se sen­tirem seguras sem­pre que um avião do exérci­to israe­lense pas­sa­va. Em segui­da, pediu para Lula prov­i­den­ciar tam­bém a vin­da dos seus par­entes, que estari­am aguardan­do a lib­er­ação de uma segun­da lista de brasileiros ou par­entes de brasileiros.

Na man­hã de segun­da-feira (13) Lula já havia con­fir­ma­do que estaria na Base Aérea de Brasília, para cumpri­men­tar o grupo de repa­tri­a­dos. O gesto, de caráter sim­bóli­co, encer­ra um lon­go proces­so de nego­ci­ação entre a diplo­ma­cia brasileira e os encar­rega­dos de Israel e Egi­to pela lib­er­ação de pes­soas pela pas­sagem de Rafah, na fron­teira entre Gaza e Egi­to.

“A chega­da desse déci­mo avião aqui no Brasil é o coroa­men­to de um tra­bal­ho muito sério que a gente deve a mui­ta gente que tra­bal­ha no gov­er­no, deve à aeronáu­ti­ca Brasileira, ao min­istro das Relações Exte­ri­ores, que fez um tra­bal­ho excep­cional quan­do assum­iu a presidên­cia do Con­sel­ho de Segu­rança da ONU”, disse o pres­i­dente.

Os brasileiros só foram incluí­dos na séti­ma lista. O país com mais nacionais reti­ra­dos de Gaza foram os Esta­dos Unidos. Além dos Esta­dos Unidos, out­ros oito país­es tiver­am mais de 100 nacionais autor­iza­dos a sair da Faixa de Gaza. Mes­mo com a demo­ra ao con­cretizar a saí­da dos brasileiros, espe­cial­is­tas em relações exte­ri­ores con­sid­er­aram a oper­ação uma vitória diplomáti­ca.

O grupo que desem­bar­cou na Base Aérea de Brasília ficará hospeda­do por, pelo menos, dois dias em alo­ja­men­to da FAB, onde rece­berá apoio psi­cológi­co, cuida­dos médi­cos e imu­niza­ção. Depois desse perío­do, uma parte irá para out­ras cidades no Brasil, onde ficarão com par­entes, e out­ra será deslo­ca­da para um abri­go espe­cial­iza­do em acol­hi­men­to de refu­gia­dos no inte­ri­or de São Paulo.

Voltando em Paz

Este será o déci­mo voo da Oper­ação Voltan­do em Paz, do gov­er­no fed­er­al, que cumpre mais uma mis­são de repa­tri­ação em áreas de con­fli­to no Ori­ente Médio. A aeron­ave VC‑2, cedi­da pela Presidên­cia da Repúbli­ca, está há quase um mês no Egi­to para o res­gate dos repa­tri­a­dos ori­un­dos da Faixa de Gaza. Os out­ros voos par­ti­ram de Tel Aviv, em Israel, e de Amã, na Jordâ­nia, com brasileiros que estavam no ter­ritório palesti­no da Cisjordâ­nia.

Com os dez voos, a Oper­ação Voltan­do em Paz terá trans­porta­do um total de 1.477 pas­sageiros, além de 53 ani­mais domés­ti­cos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palesti­nos, três boli­vianas e uma jor­da­ni­ana.

No dia 7 de out­ubro, o Hamas, que con­tro­la a Faixa de Gaza, lançou um ataque sur­pre­sa de mís­seis con­tra Israel e a incursão de com­bat­entes arma­dos por ter­ra, matan­do civis e mil­itares e fazen­do cen­te­nas de reféns israe­lens­es e estrangeiros. Em respos­ta, Israel bom­bardeou várias infraestru­turas do Hamas, em Gaza, e impôs cer­co total ao ter­ritório, com o corte do abastec­i­men­to de água, com­bustív­el e ener­gia elétri­ca.

Os ataques já deixaram mil­hares de mor­tos, feri­dos e desabri­ga­dos nos dois ter­ritórios. A guer­ra entre Israel e Hamas tem origem na dis­pu­ta por ter­ritórios que já foram ocu­pa­dos por diver­sos povos, como hebreus e fil­is­teus, dos quais descen­dem israe­lens­es e palesti­nos.

Edição: Marce­lo Brandão

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